Violência doméstica: Porto tem um novo gabinete para combater o “crime de terror”
É um espaço “simples, sem luxos”, mas que está desenhado e equipado para responder ao “carácter informal, reservado, acolhedor e seguro que as vítimas” de violência doméstica procuram.
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Foi desta forma que o presidente da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), João Lázaro, classificou o novo Gabinete de Apoio à Vítima (GAV) do Departamento de Investigação e Ação Penal do Porto, que esta sexta-feira foi inaugurado na presença do primeiro-ministro, Luís Montenegro, da ministra da Justiça, Rita Júdice, e do procurador-geral da República, Amadeu Guerra.
Segundo o responsável da APAV, os utentes veem como “positivo” a existência deste “tipo de serviços”. “Assim, temos vítimas mais informadas, mais seguras”, afirmou João Lázaro, concretizando que, a partir do momento em que passam a receber este apoio mais especializado, as vítimas “faltam menos às diligências, logo há um menor número de adiamentos”. “Há também uma maior disponibilidade para deporem e os depoimentos são mais fiáveis e capazes de contribuir para a factualidade criminosa”.
Na sessão, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, adiantou que o Governo quer “erradicar ” a violência doméstica, que apelidou de “crime de terror”, mas admitiu que o objetivo “é difícil de alcançar”. “Temos de ganhar a luta que passa por ter menos crimes, menos vítimas e uma integração e um reinicio das vidas das vítimas que possa minimizar os tão graves e profundos efeitos de uma conduta criminosa”, frisou.
Já o procurador-geral da República, Amadeu Guerra, salientou que o GAV pode “ajudar as vítimas a ultrapassar as consequências negativas do crime”.
Por sua vez, a ministra da Justiça, Rita Júdice, afirmou que “tomar a consciência de que muitas das vezes somos vítimas é o primeiro passo para o reconhecimento de um crime de violência doméstica”. “Estes gabinetes de apoio fazem esse papel, de apoio à vítima, de ajudar durante o processo”, referiu.