
Arguidos estão a ser julgados no Tribunal de Guimarães
Foto: Miguel Pereira
"Disseram nos que não podíamos sair, que iam levar as coisas para filmar e prestar provas e depois traziam", contou Mário Campos, uma das vítimas dos indivíduos que estão a ser julgados no Tribunal de Guimarães por se fazerem passar por inspetores da Polícia Judiciária para assaltar casas.
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Três dos cinco indivíduos que estão a ser julgados tocaram à campainha da casa de Mário e Anabela Campos, em Barcelos, em setembro do ano passado, dizendo ser inspetores da PJ, exibindo o mandado falso e comunicando que estavam a investigar uma denúncia de um empréstimo de 50 mil euros em que o casal cobrava juros.
Acreditando na história, e porque o empréstimo era verdade, o casal disse onde estava o dinheiro e as joias. "Tínhamos emprestado 50 mil euros a um familiar, isso batia certo, mas não cobramos juros", contou Anabela.
Por isso, não desconfiaram e acabaram por dizer onde estava o dinheiro que tinham em casa, 50mil euros, e as joias. Entre dinheiro e joias, os indivíduos levaram mais de 100 mil euros.
"Puseram tudo em sacos, fecharam com abraçadeiras de plástico", apontou Mário referindo que os falsos polícias lhes levaram os telemóveis e disseram que não podiam sair de casa que eles voltavam entretanto. Mas, passadas algumas horas e com a chegada da empregada, a vítima ligou a um amigo a contar o sucedido e descobriu que tinha sido burlado. "Comecei a ser desconfiado até do carteiro", diz.
Já Clemente Bessa, de Paredes, também vítima dos falsos PJ"s confessa que a situação afetou muito a esposa. "A ela mataram-na, foi abaixo por completo. Apagou-se por completo", afirmou, frisando que nunca lhe tinha passado pela cabeça que era um assalto.
Tanto Clemente como o casal Mário e Anabela não têm dúvidas que os indivíduos foram informados por alguém para irem às suas casas, uma vez que estavam na posse de informações muito concretas.
"Estou muito zangado com a situação e da maneira como trataram as autoridades portuguesas", atirou.
Os cinco arguidos estão acusados de bater à porta de casas onde sabiam haver dinheiro e bens valiosos, dizendo-se inspetores da PJ e exibindo mandados de busca. Alegavam que as vítimas estavam a ser investigadas por emprestar dinheiro e cobrar juros altos, tráfico de droga ou diamantes, ou fuga ao fisco.
