Vítor Escária suspeito de pressionar oito entidades para acelerar meganegócio
Diogo Lacerda Machado terá sido contratado como consultor por causa da sua amizade com António Costa. João Galamba e Duarte Cordeiro apanhados em jantares com gestores detidos por corrupção.
Corpo do artigo
Vítor Escária, o chefe de gabinete do primeiro-ministro que foi detido no âmbito do “caso do lítio”, é suspeito de ter pressionado pelo menos oito entidades públicas para acelerar o megaprojeto de um centro de dados em Sines. Terá favorecido o investimento, avaliado em 3,5 mil milhões de euros, a pedido de Diogo Lacerda Machado, o melhor amigo de António Costa, que foi contratado pela empresa promotora Start Campus para, segundo a investigação, exercer influência sobre membros do Governo e entidades públicas. Os interrogatórios dos cinco detidos começaram ontem no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa.
Lacerda Machado foi contratado como consultor pelo CEO da Start Campus, Afonso Salema, um ano depois de este ter assumido a liderança da empresa, em 2021. De acordo com o DCIAP, a contratação com um salário mensal de 6533 euros tinha um grande objetivo: aproveitar a relação de amizade que o consultor mantém com o primeiro-ministro e com o chefe de gabinete, Vítor Escária. Aliás, a investigação acredita que Lacerda Machado nunca prestou quaisquer serviços de advocacia para a Start Campus.