O viúvo da grávida desaparecida da Murtosa foi, nesta terça-feira, ouvido no julgamento do homicídio de Mónica Silva, a partir do navio em que trabalha enquanto pescador, por videoconferência, explicando como tem sido o seu sofrimento e dos dois filhos menores com a morte da mãe.
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Questionado pelo seu advogado, António Falé de Carvalho, André Pataca explicou que também na altura do desaparecimento se encontrava a trabalhar, longe do país, na costa de Inglaterra. Soube do que aconteceu pelo filho mais velho, na altura com 14 anos, que revelou ao pai que a mãe estava desaparecida, informando-o que Mónica Silva se tinha ido encontrar com Fernando Valente, mas este, por ter feito uma "asneira", não confirmou tal encontro.
Pataca disse estar separado de facto de Mónica Silva, desde setembro de 2021, ocasião em que deixou a casa conjugal, na Murtosa, continuando a ter sempre uma boa relação com a sua antiga mulher, visitando a cada passo os dois filhos. À data do desaparecimento de Mónica Silva, na noite de 3 de outubro de 2023, o divórcio ainda não tinha sido decretado pelo Juízo de Família e Menores de Estarreja, cuja juíza, Diana Tavares Nunes, preside agora ao Tribunal do Júri.
O pescador de 36 anos, natural e residente na Torreira (Murtosa), encontra-se ao largo de Inglaterra, e pediu que fosse aplicada ao arguido, Fernando Valente, uma indemnização cível total de cerca de 550 mil euros. Desse valor, seriam 450 mil euros a dividir pelos seus dois filhos, atualmente com 15 e 13 anos, além de 100 mil euros para si próprio. O viúvo de Mónica Silva paga mensalmente um total de 400 euros aos filhos.