O suspeito das ameaças de morte dirigidas a escolas e hospital de Viseu nega ser o autor, afirmando que foi vítima de vingança de alguém que lhe clonou o telemóvel. Depois de a PSP fazer buscas na sua casa e no seu automóvel, acabou por ser detido por posse de substâncias proibidas.
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As chamadas telefónicas com ameaças de tiros de caçadeira foram feitas ao início da tarde de quinta-feira, 18 de maio. Os alvos foram quatro escolas: a Secundária Alves Martins, a Secundária Emídio Navarro, a Infante D. Henrique, a Básica Mestre Arnaldo Malho e o Hospital de Viseu.
De imediato, dezenas de elementos da GNR e da PSP colocaram-se à porta dos estabelecimentos de ensino.
O suspeito, de 22 anos, foi localizado pela PSP, enquanto treinava, num ginásio em Repeses, Viseu. Foi identificado levado para a Esquadra de Investigação Criminal da PSP de Viseu, onde aguardou a chegada da Polícia Judiciária.
Ao que o JN conseguiu apurar, trata-se de um aluno do curso de Tecnologia e Design do Instituto Politécnico de Viseu, que diz ter sido alvo de uma vingança. Segundo ele, o seu cartão de telemóvel foi clonado e as chamadas não foram realizadas por si.
O diretor da Escola Secundária Alves Martins disse que lidou com a situação "com alguma preocupação, mas sempre com a esperança que fosse brincadeira".
"De imediato, o número foi identificado, o aluno também, vimos logo a polícia metida pelo meio e que não haveria fundamento para aquilo que estavam a dizer. Houve alguma tranquilidade", explicou Adelino Azevedo Pinto, que terá ligado de volta para o número de onde chegou a ameaça.
"Falei com ele, mais tarde, e disse-me que lhe "hackearam" o número de telemóvel. Terá tido um desentendimento com outros colegas de manhã e para o deixarem ficar mal fizeram esta brincadeira", contou.
Na Escola Básica Mestre Arnaldo Malho, o ambiente permaneceu "calmo e sereno, com toda a gente a trabalhar". "Não foi necessário evacuar a escola, foi tudo controlado, as crianças nem se aperceberam do que se estava a passar", revelou o diretor.
Rui Cardoso adiantou que a ameaça dava conta "de uma ação violenta contra os profissionais e as crianças da escola". "Imediatamente, tomamos medidas para proteger os profissionais e as crianças acima de tudo. Chamamos as autoridades, vieram, fizeram o trabalho deles, ficaram com o número que lhes demos, responsável pela ameaça".
Detido por substâncias proibidas
A investigação das ameaças, tendo em vista a identificação do seu autor, está a cargo da Polícia Judiciária do Centro.
Já esta sexta-feira de manhã, a PSP de Viseu informou, em comunicado, que, depois de identificar o suspeito de 22 anos, fez buscas em sua casa e no seu automóvel, "não tendo sido encontrados quaisquer objetos ou armas relacionadas com as ameaças ou que pudessem ser usados para a sua concretização". No entanto, acrescentou, foram encontrados produtos suspeitos de "integrar as tabelas de substâncias proibidas da Lei de ação e combate ao tráfico de droga". Por essa suspeita, o homem foi detido.