Quatro homens que vendiam pedaços de cerâmica em vez de telemóveis topo de gama foram acusados pelo Ministério Público de Albergaria-a-Velha de 28 crimes de burla. Os indivíduos abordavam as vítimas em parques de estacionamento e outros espaços públicos.
O esquema era simples. Os quatro homens abordavam pessoas em feiras, mercados, parques de estacionamento de supermercados e bombas de combustível, onde lhes mostravam telemóveis topo de gama.
Alegavam que precisavam de dinheiro e que estavam dispostos a vender o equipamento a um preço muito abaixo do praticado no mercado. Até deixavam as vítimas manusear o telemóvel, essencialmente das marcas Apple e Samsung, para dar mais credibilidade ao esquema.
"Após convencerem as vítimas e enquanto as mesmas se deslocavam para irem buscar dinheiro para lhes pagar, os arguidos colocavam os aparelhos exibidos dentro de um bolso do colete, que propositadamente trajavam para o efeito, e retiravam de outro bolso as bolsas de pano contendo pedaços de cerâmica, bem atadas com diversos nós cegos, para dificultar a abertura pelas vítimas; após receberam o dinheiro das mãos das vítimas, e enquanto estas tentavam abrir aquelas bolsas, os arguidos colocavam-se em fuga para parte incerta", explica o Ministério Público.
O esquema durou entre abril de 2021 e setembro de 2022, nas zonas norte e centro do país.
Os arguidos foram recentemente acusados de 28 crimes de burla qualificada, por modo de vida, sete dos quais na forma tentada, e, ainda, três crimes de falsificação de documento. Um dos indivíduos foi também acusado de um crime de coação agravada.
"A atuação criminosa rendeu aos arguidos vantagens criminosas no valor global de 4.240,00, que o Ministério Público requereu que fossem declaradas perdidas a favor do Estado, sem prejuízo dos direitos dos ofendidos", precisa o MP.
Um dos arguidos está em prisão domiciliária.