
Militar prestava serviço no posto dos Carvalhos, em Gaia, onde começou a ser investigado
Arquivo/Global Imagens
Militar da GNR e companheira julgados no Porto por crimes de corrupção e lenocínio.
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Acusado de 17 crimes, entre os quais corrupção, prevaricação, falsificação de documentos e abuso de poder, um militar da GNR dos Carvalhos continua em silêncio no julgamento onde a companheira, dona de um salão de cabeleireiro, também é arguida por suspeita de crimes de corrupção e de lenocínio. Esta segunda-feira, uma testemunha confirmou que o salão disponibilizava "massagens com final feliz".
Daniel Ramalho está acusado de, aproveitando-se de ser militar da GNR, ter fornecido informações confidenciais, de ter protegido ladrões - a pedido da companheira -, de falsificar documentos, entre outros favores, tudo a troco de dinheiro e para beneficiar amigos.
A sua cúmplice seria a companheira, Teresa Costa, está acusada também de corrupção, além de favorecer ou estimular a prostituição no seu salão e de conduzir sem carta, transportando filhos menores, com a conivência de Daniel, que lhe daria conta dos locais a evitar dada a presença da GNR.
Os restantes quatro arguidos, onde se conta a dona de um café frequentado pelo militar, respondem por ter solicitado e alegadamente pago por informações relacionadas com a identificação e moradas de condutores, elementos que o militar terá obtido acedendo à base de dados da GNR.
Negócio "a meias"
O julgamento conheceu alguma animação com o testemunho de uma cabeleireira do salão da arguida. Quando lhe perguntaram se só tratava de "cabelos e unhas", a testemunha respondeu que também "fazia massagens". À questão concreta da juiz-presidente, esclareceu que eram "massagens com final feliz". Traduzindo, eram atos sexuais que ocorriam no andar de cima, numa divisão disponibilizada pela patroa.
Os preços do "tratamento" variavam entre os 40 e os 70 euros. O negócio era "a meias".
