
Miguel Moreira é diretor financeiro na administração da SAD do Benfica
Paulo Alexandrino/Global Imagens
Ministério Público acredita que Miguel Moreira terá recebido 1,4 milhões em dinheiro vivo. Clube garante que serviços de informático foram prestados.
Miguel Moreira, diretor financeiro da SAD do Benfica, foi constituído arguido no caso "saco azul", que investiga a alegada utilização de empresas de consultadoria informática para fazer sair dinheiro do clube. Luís Filipe Vieira, ex-presidente, e Domingos Soares de Oliveira, administrador da SAD, também são arguidos neste processo em que o Ministério Público (MP) suspeita de terem sido combinados serviços fictícios para alimentar um fundo oculto. A própria SAD e a Benfica Estádio também estão sob escrutínio da Justiça. Já o clube garante que os serviços foram prestados e que tem provas.
De acordo com informações recolhidas pelo JN, a empresa "Questão Flexível" foi contratada por 1,8 milhões de euros pelo Benfica para desenvolver um software de gestão de compras e de logística relativamente a encomendas. Esse software será destinado a apoiar as lojas do clube, onde são vendidos artigos de merchandising. E serão provas do desenvolvimento do referido software que foram mostradas ao MP, pouco depois das buscas realizadas no âmbito deste processo, em junho de 2018.
Mas o facto de grande parte dos 1,8 milhões de euros terem sido levantados em dinheiro vivo, após a celebração do contrato, levantou suspeitas e mereceu uma alerta do sistema bancário que avisou as autoridades.
Segundo o "Expresso", 1,4 milhões de euros em numerário terão sido entregues a Miguel Moreira, que será amigo pessoal de José Bernardes, dono da empresa "Questão Flexível".
No entanto, o destino do dinheiro não foi ainda apurado, pelo que, às suspeitas de crimes fiscais, o MP também quer juntar a possibilidade de haver branqueamento de capitais.
Ao JN, o MP explicou esta sexta-feira que a investigação ainda está a decorrer, sem adiantar mais pormenores.

