Dois empresários de Cantanhede foram acusados pelo Ministério Público de terem explorado, durante quatro anos, dois cidadãos estrangeiros, um deles em situação ilegal em Portugal. Eram obrigados a trabalhar nas feiras a troco de dormida, comida e alguns trocos.
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Os dois indivíduos irão responder por tráfico de pessoas, auxílio à imigração ilegal e exploração laboral, que terá durado entre 2014 e 2018, ano em que o SEF iniciou a investigação.
As diligências do SEF permitiram "a sinalização e salvaguarda de dois cidadãos originários da Europa de Leste, um comunitário e outro de país terceiro, que, na altura, foram imediatamente instalados em habitações seguras, dimensionadas para alojar cidadãos vítimas de tráfico de pessoas", precisa o SEF em comunicado.
Segundo o SEF, os dois cidadãos estrangeiros foram durante vários anos objeto de exploração laboral por parte dos agora acusados, "a troco de remunerações irrisórias ou inexistentes", sendo estes obrigados a trabalhar além dos limites horários impostos por lei e pernoitando em vacarias e viaturas.
Os patrões nunca trataram da sua regularização documental em Portugal.
A empresa envolvida desenvolvia parte da sua atividade na venda de produtos em feiras, e as vítimas carregavam e descarregavam o material que ia ser vendido e realizavam, ainda, trabalho doméstico indiferenciado.