
Quatro homens foram detidos pela GNR e um foi posto em prisão preventiva, ao fim de mais de uma dezena de condenações. Integravam grupo que efetuou furtos de Aveiro a Guimarães, ao longo dos últimos anos.
Quatro homens, todos com 25 anos, realizaram, ao longo de vários anos, dezenas de furtos em carros estacionados em parques de restaurantes, do centro e norte do país. Só no último ano e meio e apenas em espaços de restauração do Grande Porto, efetuaram 23 crimes, usando para o efeito viaturas alugadas para iludir a GNR. Mesmo assim, os indivíduos foram detidos na semana passada e um deles, que já contava com mais de dez condenações sem nunca ter ido para a cadeia, foi posto em prisão preventiva.
As condenações estiveram quase sempre relacionadas com furtos a automóveis, mas, apesar do elevado número, nunca justificaram uma pena de prisão efetiva. O indivíduo, residente em Vila Nova de Gaia, foi beneficiando de penas de prisão suspensas na sua execução ou com a suspensão provisória do processo para se manter em liberdade.
Funções específicas e coordenadas
E era por estar em liberdade que participou em todos os crimes cometidos pelo grupo, ao longo dos últimos anos e sempre com o mesmo método. Os assaltantes começavam por alugar um carro em diferentes agências para evitar que as suas viaturas fossem localizadas nos locais dos furtos. O cuidado evidenciado era tanto que o aluguer destes carros nunca era efetuado em nome dos elementos que participavam nos crimes, mas sim com recurso a identificação de amigos e familiares.
Depois, três dos membros do gangue faziam-se à estrada e, quando se aproximava a hora de jantar, começavam a procurar parques de restaurante. A escolha era aleatória, abrangia estabelecimentos de luxo ou espaços de restauração mais em conta, mas era sempre motivada pela presença de vários automóveis.
Já no parque, o homem com maior cadastro, e que agora está em prisão preventiva, mantinha-se ao volante do carro de fuga, enquanto um comparsa vigiava quem entrava e saía do restaurante a partir de um local estratégico. Ao terceiro homem cabia a tarefa de partir os vidros dos carros estacionados e furtar todos os objetos que encontrasse. Os automóveis de gama superior eram os primeiros a serem atacados, mas os restantes também não escapavam se algo de valor estivesse à vista.
Investigação de ano e meio
O grupo chegou a realizar apenas um assalto numa noite, mas na maioria dos casos efetuava dois ou três crimes por cada saída. Tudo o que furtava era entregue ao recetador na mesma madrugada, de forma a que ninguém fosse apanhado na posse de qualquer produto incriminatório.
As precauções evidenciadas dificultaram o trabalho dos militares do Núcleo de Investigação Criminal (NIC) de Vila Nova de Gaia, da GNR, que, há ano e meio, estava no encalço destes assaltantes. Só no final da semana passada é que os guardas reuniram prova suficiente para avançar com a detenção de quatro homens indiciados por 23 furtos, em parques de restaurantes do Grande Porto, só no período em que durou a investigação. Os militares do NIC acreditam, porém, que os mesmos indivíduos estão relacionados com dezenas de furtos ocorridos, em anos anteriores, junto a espaços de restauração de Aveiro, Águeda, Espinho ou Guimarães.
Na sequência de oito buscas, quatro domiciliárias e quatro em veículo, a GNR apreendeu um revólver, seis telemóveis, dois localizadores e um navegador GPS, dois tablets, uma máquina de filmar, duas máquinas fotográficas, uma coluna de som, uma pendrive e um medidor laser. Algum deste material foi devolvido aos proprietários.
