Número que contactou suspeito alemão no dia do desaparecimento de Maddie esteve associado ao nome Diogo Silva. Polícia germânica investiga homicídio.
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O número de telemóvel de onde partiu a chamada para o novo suspeito, a 3 de maio de 2007, dia do desaparecimento de Madeleine McCann, esteve registado com o nome Diogo Silva, que poderá ser a testemunha-mistério que as polícias alemã, inglesa e portuguesa procuram. As autoridades pediram ajuda para localizar este homem, por considerarem que pode ser uma "testemunha altamente significativa".
O suspeito, Christian Stefan Bruckner, 43 anos, está a cumprir pena em Kiel, na Alemanha, por crimes sexuais, incluindo a violação de uma mulher, no Algarve, e tem um longo cadastro. As autoridades dizem que viveu no Algarve entre 1995 e 2007 e "colocam-no" na praia da Luz, Lagos, quando Madeleine desapareceu, a 3 de maio de 2007.
O alemão utilizava o número português 912 730 680 e, naquele dia, recebeu um telefonema do número 916 510 683, entre as 19.22 horas e as 20.30 horas. Christian estava perto do Ocean Club, onde a menina inglesa passava férias com os pais e os irmãos. O autor da chamada não estava naquele local.
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O JN apurou que o número de telemóvel que telefonou ao suspeito alemão já esteve registado com o nome Diogo Silva. O mesmo contacto também já foi usado para registo de uma conta do Whatsapp, atualmente desativada. O registo a que o JN teve acesso não indica localidade nem morada do titular do contacto.
Esta pista é encarada com seriedade pelas autoridades germânicas. Ontem, o Ministério Público de Braunschweig, na Alemanha, revelou a sua convicção de que "a menina está morta" e que o alemão é investigado "por suspeita de homicídio". Numa declaração à imprensa, o procurador Christian Wolters disse que, no período em que Christian viveu no Algarve, trabalhou em vários locais, em Lagos, "alguns deles ligados à restauração". "Cometeu vários crimes para conseguir dinheiro, incluindo roubo em cadeias de hotéis e casas de férias e tráfico de drogas", acrescentou.
Longo cadastro
Christian tem um longo cadastro desde a adolescência. Aos 17 anos foi condenado por abuso sexual de criança e reincidiria, sendo de novo condenado. Tem também condenações por posse de pornografia infantil, tráfico de droga, agressão, roubo, condução sem carta e sob o efeito do álcool.
Entretanto, veio para Portugal e fixou-se no Algarve onde, tal como avançou ontem o JN, violou uma mulher durante um violento assalto, em 2005. O alemão está referenciado em processos em Portugal por furtos e consumo e tráfico de droga em "raves", nas zonas de Lagos e Aljezur. Um dos veículos que usava para o tráfico seria a caravana Volkswagen Westfalia T3 Campervan, com matrícula portuguesa, um dos dois veículos que constam das fotografias divulgadas anteontem.
Em Portugal, a PJ confirmou a existência deste suspeito do "desaparecimento". Ontem, o Ministério Público português adiantou que "há diligências em curso" como a "inquirição de testemunhas".
INVESTIGAÇÃO INGLESA
Orçamento da equipa especial da Polícia britânica acabou em março
O último orçamento anual concedido pelo Governo britânico à equipa da Metropolitan Police criada para investigar o "desaparecimento " de Madeleine esgotou-se a 31 de março e era de cerca de 336 mil euros. A operação Grange está no terreno desde 2011 e já foi financiada em 12 milhões de libras (cerca de 13,5 milhões de euros), sem nunca apresentar resultados relevantes. Ao longo dos anos, este financiamento tem sido alvo de contestação, designadamente de familiares de outras crianças desaparecidas, que pedem tratamento igual.