
Livro fotografado pela PJ está no Santuário de Santa Eufémia, em Penedono
Funcionário da Câmara de Penedono está preso por suspeitas de atear três incêndios florestais. A mãe do detido pediu a Santa Eufémia, num livro, para o filho perder "o vício dos fogos". O advogado está a tentar anular a prova.
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Uma prece à Santa Eufémia, escrita pela mãe de um alegado incendiário num livro que existe para o efeito no Santuário de Penedono, foi fotografado pela Polícia Judiciária e usado como prova para incriminar um indivíduo de 27 anos, funcionário da Câmara de Penedono, por três crimes de incêndio florestal.
"Santa Eufémia, peço-te que ajudes o meu filho na caminhada da sua vida, que tenha saúde e que perca o vício dos fogos e que seja sociável. Te amo", é a "confissão indireta" escrita pela mãe do arguido e que foi descoberta e fotografada pelos investigadores.
O advogado do arguido, Filipe Santos Marques, tenta anular a prova, por entender que há violação do segredo religioso. "Não pode valer tudo. Há limites para a forma como se obtém a prova no processo penal", argumenta. "Um dos limites inultrapassáveis é a matéria que envolve o sigilo religioso. Quando alguém faz um pedido nesse âmbito, está a revelar o mais íntimo que tem na alma e fá-lo no pressuposto de que fica guardado para sempre. Ainda por cima, o pedido é dirigido à Santa, nem sequer é ao padre", acrescenta o advogado.
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