Avião intercetado pela Polícia ao descolar do Brasil com dois passageiros, o ex-presidente do Boavista e um espanhol. Destinava-se ao Aeródromo de Tires. Polícia brasileira ainda não identificou responsáveis pela carga de estupefaciente.
A Polícia Federal do Brasil apreendeu meia tonelada de cocaína num avião privado onde João Loureiro, ex-presidente do Boavista, se preparava para viajar, a partir da cidade de Salvador da Baía, com destino a Portugal.
Segundo apurou o JN, João Loureiro encontrava-se dentro do avião com apenas mais um passageiro, um cidadão espanhol de origem argelina, quando se deu a intervenção da polícia.
O caso ocorreu a 9 deste mês e, no dia seguinte, a agência Lusa noticiou que aqueles dois passageiros, que não identificou, e os três tripulantes do jato foram levados à Superintendência da Polícia Federal, em Salvador, para prestar depoimento. Mas, apurou ontem o JN, a Polícia optou por libertar aqueles indivíduos, por não ter provas da eventual responsabilidade dos mesmos pela carga de 500 quilogramas de coca.
Ontem à noite, o JN tentou obter uma reação de João Loureiro, jurista e filho do ex-autarca de Gondomar Valentim Loureiro, mas não conseguiu estabelecer contacto telefónico com o mesmo. João Loureiro permanecerá ainda no Brasil.
Marcas desportivas para disfarçar
O avião com a cocaína já recebera autorização para descolar do Aeroporto Internacional de Salvador quando a polícia interveio. E isto só aconteceu porque o piloto da aeronave comunicou à torre de controlo que os seus comandos de voo alertavam para uma avaria.
Depois do alerta, "mecânicos inspecionaram a aeronave e acabaram encontrando parte da droga, sendo acionada, imediatamente, a Polícia Federal", informou esta em comunicado no dia 10. Com apoio de cães, os polícias detetariam outros esconderijos com cocaína no avião.
A droga tinha sido dividida em blocos "marcados com logótipos de marcas desportivas famosas", noticiou ainda a Lusa na ocasião.
Segundo apurou o JN, a viagem do jato começara num pequeno aeroporto de São Paulo e teria por destino o Aeródromo de Tires, em Cascais. Além da paragem em Salvador da Baía, deveria fazer escala em Cabo Verde, para reabastecimento.
O Falcon onde seguia a cocaína pertence ao OMNI Aviation Group, uma empresa portuguesa com sede em Porto Salvo, no concelho de Oeiras.
A Polícia Federal garantiu que "as investigações continuarão para identificar os responsáveis pela carga ilícita, que poderão responder pelas acusações de tráfico internacional de drogas e associação com o narcotráfico, cujas penas combinadas podem chegar a 25 anos de prisão".
O Brasil é um dos pontos mais importantes no embarque da cocaína produzida nos países andinos e com destino à Europa.