O Ministério Público (MP) de Beja quer que o líder romeno de uma rede de exploração ilegal de mão-de-obra, Florin Adamescu, de 46 anos, seja condenado a oito anos e meio de prisão, quase o dobro da pena aplicada em primeira instância, e à perda de 6,8 milhões de euros, ganhos, alegadamente, com os crimes cometidos no distrito de Beja, incluindo Odemira.
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A pretensão consta de recurso, para o Tribunal da Relação de Évora, sobre a decisão do Tribunal de Beja, de dezembro último, em que outros cinco arguidos tiveram penas suspensas e dois foram mesmo absolvidos.
O Tribunal de Beja só deu por provados um crime de auxílio à imigração ilegal e outro de introdução fraudulenta no consumo (por venda de tabaco de contrabando a imigrantes), mas a acusação imputava 58 de imigração ilegal, outros tantos de tráfico humano e um de associação criminosa.
O Tribunal de Beja também mandou devolver quase sete milhões de euros apreendidos aos arguidos. Decisão que o MP quer ver revertida na Relação.
Para Florin Adamescu, o MP quer uma pena de oito anos e meio. Quanto às penas suspensas de cinco arguidos - de um ano e meio a três anos e meio, mas suspensas -, propõe o seu agravamento para o dobro. E as mulheres absolvidas também devem ser condenadas, defende ainda o MP.
O MP sustenta que o Beja incorreu em "contradição insanável da fundamentação e dos factos dados como não provados". "Existia uma estrutura organizada montada pelo arguido Florin", sublinhou, pedindo a condenação por associação criminosa.
Os advogados de defesa também recorreram, para pedirem a absolvição dos clientes ou penas mais leves.