Um homem morreu, esta terça-feira de madrugada, em Marinhais, Salvaterra de Magos, durante o que tudo indica ter sido um ajuste de contas na sequência de uma disputa entre amigos. Era rapper e deixa uma filha bebé.
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Silvano Francisco, rapper lusoangolano de 29 anos, conhecido no mundo musical como Dr. Fresh, foi ontem morto à facada, na sequência de um suposto ajuste de contas, por dívidas de tráfico de droga, em casa do seu amigo Carlos, em Marinhais, concelho de Salvaterra de Magos.
A vítima terá ido a casa de Carlos, de 24 anos, na Rua de Magos, para cobrar uma dívida, de valor não apurado, pelas 4 horas da madrugada desta terça feira, e acabou esfaqueado pelo amigo, que se encontrava em casa com o irmão mais velho e a sua mãe. O rapper estaria acompanhado ainda de dois outros homens.
Depois do esfaqueamento, Carlos colocou Silvano, ensanguentado mas ainda com vida, no banco de trás do seu carro, um Renault Clio, e seguiu para a casa deste, na localidade vizinha de Glória do Ribatejo, a oito quilómetros. Numa casa de banho, e na presença da namorada do rapper, chocada com a situação, tentaram fazer um curativo, mas Silvano acabou por não resistir aos ferimentos e faleceu.
Os bombeiros de Salvaterra de Magos foram chamados pelas cinco horas da madrugada e ainda fizeram manobras de reanimação, mas nada havia a fazer. O corpo foi retirado do local e transportado para a morgue do Hospital de Santarém.
Já com as autoridades policiais no local, o agressor foi visto por vizinhos a abrir o carro onde transportou a vítima, mostrando o sangue no banco de trás. Depois, tentou entrar em casa do rapper, para pedir desculpas à namorada dele. Mas ela recusou qualquer conversa com o suspeito, que regressou para o exterior da casa e sentou-se na berma do passeio, com a cabeça entre as pernas.
Carlos foi depois entregue à Polícia Judiciária de Lisboa, que, até ao fecho desta edição, não tinha anunciado a detenção do suspeito.
Mãe chama advogada
A vizinhança nestas duas pacatas vilas ribatejanas vizinhas diz que Carlos e Silvano eram vistos frequentemente a passear. Na companhia dos dois, costumavam ser vistos também a companheira de Silvano, com a filha bebé e o irmão do agressor, de 21 anos, que terá assistido ao conflito fatal. Os moradores suspeitavam que o agressor e a vítima tinham um negócio de tráfico de droga. Uma informação que não possível confirmar junto das autoridades.
A Polícia Judiciária de Lisboa esteve na casa de Silvano e depois na casa de Carlos, onde ocorreu o homicídio, para recolher provas do crime. Na segunda habitação, segundo informações apuradas pelo JN, a mãe do suspeito terá mesmo chamado uma advogada para acompanhar a diligência.