O presidente do Grupo Impala, Jacques Rodrigues, saiu em liberdade do Tribunal de Sintra que determinou a prestação de uma caução de 500 mil euros, entre outras medidas de coação. O proprietário do grupo que detém as revistas "Maria", "Nova Gente" e "TV 7 Dias" foi detido na última quinta-feira, 23 de março, juntamente com outros três arguidos, por suspeitas de desvio de dezenas de milhões de euros da empresa Descobrirpress, em prejuízo de credores aos quais deve cerca de 100 milhões de euros.
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O juiz de instrução criminal também aplicou a suspensão de funções no Grupo Impala, a proibição de contactar com os outros arguidos e a entrega de passaporte, como outras medidas de coação.
Recorde-se que o arguido foi detido no âmbito da operação policial "Última Edição", por suspeita de ter desviado cerca de 68 milhões de euros da empresa Descobrirpress, correspondentes a receitas das revistas "Nova Gente", "Maria" e "TV 7 Dias", em prejuízo de diversos credores.
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No esquema sob investigação da Polícia Judiciária, que fez 32 buscas e deteve também um filho de Jacques Rodrigues, um advogado e um revisor oficial de contas, aqueles milhões terão sido canalizados para contas pessoais dos suspeitos, nomeadamente em paraísos fiscais.
As autoridades acreditam que o patrão do Grupo Impala arquitetou um esquema de transferência de faturação para que a empresa produtora e vendedora das revistas "Maria", "Nova Gente" e "TV 7 Dias" ficasse apenas com "migalhas".
O plano de descapitalização, idealizado em 2008, era simples. A "Descobrirpress", que estava a braços com uma dívida de 21 milhões de euros e na iminência de ser executada, mantinha a seu cargo todos os custos de produção e encargos com o pessoal, enquanto a recém-criada "EuroImpala SL" ficava com os lucros. De acordo com informações recolhidas pelo JN, entre 2008 e 2011 esta firma com sede em Espanha faturou os cerca de 120 milhões de euros, apesar de não ter contratado qualquer colaborador.