Maria Malveiro tinha sido condenada a 25 anos de cadeia, por ter assassinado Diogo Gonçalves, em Albufeira, em 2020. Estava presa preventivamente na cadeia de Tires, no concelho de Cascais.
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Uma das duas mulheres condenadas, a 27 de abril de 2021, pelo assassinato e desmembramento, em março de 2020, de um homem de 21 anos foi encontrada, esta quarta-feira, morta na cela, no prisão feminina de Tires, no concelho de Cascais. Estava presa preventivamente, a aguardar o trânsito em julgado da pena de 25 anos com que fora punida.
"A Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais [DGRSP] informa que, lamentavelmente, se registou, ao final da manhã de hoje, dia 29 de dezembro, um morte por suicídio no Estabelecimento Prisional de Tires", confirmou, ao JN, o organismo.
Maria Malveiro, de 20 anos, tinha "optado por ficar no seu espaço celular, não usufruindo o recreio da manhã", tendo sido "encontrada por elementos da vigilância na abertura das celas para o almoço".
A jovem "foi imediatamente assistida pelos Serviços Clínicos do Estabelecimento (médica e enfermeira)", que ainda "tentaram a reanimação", mas o óbito acabou por ser declarado no local pelo INEM.
A morte foi comunicada às autoridades policiais e judiciárias competentes e o cadáver irá agora "ser encaminhado para o Instituto Nacional de Medicina Legal, para autópsia". "Foi igualmente determinada a abertura de um processo de inquérito a cargo do Serviço de Auditoria e Inspeção Sul desta Direção Geral e que é coordenado por Juíza de Direito", conclui a DGRSP.
Maria Malveiro e Mariana Fonseca, de 23 anos, foram acusadas pelo Ministério Público de, em março de 2020, terem matado Diogo Gonçalves, com o intuito de se apoderarem de uma quantia de 70 mil euros, que este tinha recebido de indemnização pela morte da mãe, atropelada em 2016, na zona de Albufeira. O cadáver foi esquartejado e os restos mortais atirados ao mar e a uma cascata, em duas localidades distintas do Algarve. Menos de um mês depois, foram detidas pela Polícia Judiciária.
Em abril de 2021, o Tribunal de Portimão condenou Maria Malveiro à pena máxima de 25 anos por homicídio qualificado, mas considerou que a sua cúmplice só participou no desmembramento do corpo e na apropriação do dinheiro. Mariana Fonseca foi, por isso, condenada a apenas quatro anos de prisão efetiva.
A enfermeira chegou a estar em prisão preventiva, mas está, atualmente, em liberdade, a aguardar o trânsito em julgado da decisão. O Ministério Público recorreu da sua absolvição por homicídio e o caso está ainda em apreciação no Tribunal da Relação de Évora. No julgamento, o procurador pedira uma pena superior a 20 anos de cadeia para as duas arguidas. Já a defesa pugnara pela absolvição.