A Polícia Judiciária da Guarda desmantelou uma alegada rede que se dedicava à renovação fraudulenta de cartas de condução na Beira Baixa.
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Esta segunda-feira, a investigação, desencadeada há vários meses, culminou em 30 buscas domiciliárias e não domiciliárias e na detenção de oito pessoas, entre médicos que passavam os atestados, donos de escolas de condução e comerciantes que serviam de mediadores entre os candidatos e os demais envolvidos.
Os detidos, com idades entre 42 e 74 anos, vão ser esta quarta-feira levados perante um juiz no Tribunal de Castelo Branco. No rol de detidos estão dois médicos, um da Covilhã e outro do Fundão. Um terceiro clínico chegou a estar indiciado no mesmo processo, mas faleceu entretanto. A investigação partiu da denúncia de um familiar de um ancião que, pese embora o seu debilitado estado de saúde, viu a sua carta renovada, mediante a passagem de um atestado médico que não refletia o seu quadro clínico.
O trabalho da PJ ainda não está fechado, mas já há cerca de 400 arguidos por pelo menos oito mil crimes de corrupção ativa e passiva, falsificação de documentos e associação criminosa. Soube o JN que eram os comerciantes, alguns donos de papelarias e quiosques da Covilhã e do Fundão a angariar idosos que manifestavam interesse em renovar a carta de condução e pagavam pelos atestados médicos. Um dos beneficiários tem 92 anos, sofre de doença degenerativa e está internado num lar da região.