A 3 de novembro de 2022, a Interpol emitiu um mandado de detenção internacional, para extradição para Angola, em nome de Isabel dos Santos. Meio ano depois, a empresária angolana, suspeita de crimes financeiros, continua a monte. Mas, no mundo virtual, é presença assídua na rede social Instagram, onde, através de fotografias e vídeos, faz questão de mostrar aos mais de 450 mil seguidores que continua bem-disposta e em boa forma física.
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Segundo o mandado de detenção internacional, Isabel dos Santos terá prejudicado o Estado angolano em mais de 200 milhões de euros, graças à prática de crimes de peculato, fraude qualificada, participação ilegal em negócio e branqueamento de capitais.
Isabel dos Santos estará refugiada no Dubai, avançou, em abril, o grupo de jornalismo de investigação internacional "Bellingcat". A descoberta surgiu precisamente após uma análise às fotos publicadas pela empresária nas redes sociais. Várias imagens, inadvertidamente, revelavam locais identificáveis no emirado.
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A angolana não se mostrou afetada com a revelação e continuou a partilhar, regularmente, fotos e vídeos do seu dia-a-dia, invariavelmente marcado pela sofisticação e pelo luxo. As imagens são adocicadas com efeitos visuais e animações, por exemplo, que simulam uma troca de roupa num estalar de dedos ou fazem Isabel dos Santos desaparecer atrás de uma palmeira. Os seguidores têm reagido com dezenas de milhares de gostos e centenas de comentários.
No mês passado, a filha do ex-presidente angolano completou 50 anos e disse estar pronta para iniciar o seu "segundo" livro, "com capítulos da vida ainda por vir", tendo celebrado o aniversário com dois dos seus irmãos.
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Segundo o mandado de detenção internacional pendente sobre a filha do ex-presidente angolano José Eduardo dos Santos, a empresária criou mecanismos financeiros, entre 2015 e 2017, "com intenção de obter ganhos financeiros ilícitos e branquear operações criminosas suspeitas", através de informação sobre dinheiros públicos do Estado angolano" que conseguiu obter na qualidade de administradora da petrolífera estatal Sonangol. Um cargo para o qual tinha sido nomeada pelo pai, presidente da República de Angola durante 38 anos.