
Investigação esteve a cargo da PJ
Jorge Firmino / Global Imagens
Crimes mais graves terão acontecido em casa dos suspeitos, mas importunações sexuais de raparigas no estabelecimento do ensino, localizado no concelho de Vila Franca de Xira, seriam cada vez mais frequentes.
Os dois adolescentes detidos pela Polícia Judiciária (PJ) por terem, alegadamente, violado colegas de escola em grupo também terão atacado as vítimas, embora com menor gravidade, dentro do estabelecimento de ensino, localizado no concelho de Vila Franca de Xira, apurou o JN. A importunação sexual de raparigas estaria mesmo a tornar-se mais frequentes e as autoridades temem que possam existir mais vítimas.
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A PJ anunciou, esta sexta-feira, a detenção de dois rapazes de 16 e 17 anos "pela prática de vários crimes de violação, de abuso sexual de crianças, de coação sexual, de importunação sexual, de pornografia de menores e de ameaças, todos na sua forma agravada, sobre seis meninas, com idades compreendidas entre os 12 e os 15 anos".
"Os suspeitos, atuando em grupo, conjuntamente com outros, atraíam as colegas, através de vários estratagemas, a diversos locais, sobretudo às suas residências", refere, em comunicado, a instituição, acrescentando que, "após consumarem os atos", os adolescentes ameaçariam as vítimas para que estas não contassem o que sucedera.
Desde o ano letivo passado
De acordo com informações recolhidas pelo JN, as violações em grupo terão ocorrido todas nas casas dos suspeitos. Já pelo menos uma parte dos crimes de coação sexual - praticado, segundo o Código Penal, por "quem, sozinho ou acompanhado por outrem, constranger outra pessoa a praticar ato sexual de relevo" - terá acontecido em áreas mais escondida da escola em causa, nomeadamente atrás de pavilhões.
Nos intervalos das aulas, os suspeitos praticariam ainda, com cada vez mais frequência, atos de caráter exibicionista, acompanhadas de comentários, constrangendo as colegas a atos de natureza sexual. As autoridades, sabe o JN, acreditam que não há outras vítimas de violação além das que foram já identificadas, mas temem que haja mais meninas que foram alvo daquelas importunações sexuais na escola, igualmente puníveis criminalmente.
Segundo a PJ, os factos terão tido início no final do ano letivo 2020/2021 e durado até finais de janeiro de 2022. Só em março de 2022 chegaram, porém, ao conhecimento das autoridades.
A investigação então iniciada permitiu à PJ identificar várias vítimas e deter, agora, os dois suspeitos. Vão aguardar, por decisão do Tribunal de Instrução Criminal de Vila Franca de Xira, o desenrolar do processo em prisão preventiva. Os restantes rapazes que terão participado nas violações têm, sabe o JN, menos de 16 anos e, por isso, o seu processo decorrerá no âmbito da Lei Tutelar Educativa.
