Um cidadão de origem africana, de 20 anos, que foi escravizado durante três meses num navio, foi resgatado pelo SEF no Porto de Aveiro, onde estava sem dinheiro, nem alimentação, sobrevivendo à custa da ajuda de estivadores.
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A vítima de tráfico de seres humanos, terá sido angariado na costa atlântica do continente africano "com promessa de trabalho no navio em questão, mediante contrato de trabalho, alimentação e regularização documental à chegada a território nacional", adianta o SEF, que contou com o apoio de uma organização não-governamental.
Porém, nos três meses em que esteve a trabalhar no barco nunca recebeu qualquer renumeração. Apenas lhe era dada alimentação. Também nunca lhe foi entregue nenhum contrato de trabalho.
Após a chegada ao Porto de Aveiro, foi abandonado no navio, "uma vez que, como era do conhecimento da entidade patronal, não reunia condições para entrar no país", precisa o SEF, que adianta ainda: "O cidadão permaneceu no navio sem dinheiro nem alimentação, continuando a ser-lhe diariamente exigido pela entidade patronal a realização de trabalhos de manutenção da embarcação, tendo sobrevivido à custa de donativos por parte de cidadãos que desenvolvem atividade profissional na área portuária".
O SEF concedeu um visto especial ao cidadão que foi encaminhado para uma instituição vocacionada para o apoio a vítimas de tráfico de seres humanos.
Os factos foram comunicados ao Ministério Público de Aveiro que irá agora abrir uma investigação.