Um antigo funcionário administrativo da Santa Casa da Misericórdia de Ourique acusado de ter desviado das contas e cofre da instituição mais de 93 mil euros foi, esta quarta-feira, condenado a sete anos de prisão e ao pagamento de uma indemnização de 22.205 euros.
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André Baltazar, de 35 anos, foi condenado por crimes de furto qualificado, burla informática, falsidade informática e falsificação ou contrafação de documentos. José Baltazar, o seu pai e também arguido, foi absolvido por ter sido dado como provado que foi enganado pelo filho com o objetivo de "prejudicar a Santa Casa", justificou a juiz presidente.
A magistrada salientou que André Baltazar "não demonstrou qualquer arrependimento sobre os crimes cometidos, teve uma total autoexclusão de responsabilidades e sempre se furtou ao pagamento de qualquer verba à lesada", justificou.
De acordo com a acusação, entre 2017 e 2019, fora do horário de expediente e na posse do código e cópia da chave, o arguido acedeu ao cofre da Santa Casa e retirou do seu interior diversas quantias em numerário para satisfazer o vício do jogo.
Entre 25 de fevereiro de 2018 e 25 de março de 2019, data em o caso foi desvendado, André Baltazar depositou e levantou verbas provenientes das apostas e jogos online, tendo numa das suas contas recebido quase um milhão de euros provenientes de créditos de empresas ligadas ao jogo. Na mesma conta foram ainda depositados mais de 160 mil euros em numerário, cuja proveniência não é conhecida.
O arguido ficou em liberdade a aguardar o trânsito em julgado do acórdão, que é passível de recurso para o Tribunal da Relação de Évora. Terá ainda de pagar à SCMO uma indemnização de 22.205 euros.
André Baltazar é árbitro filiado na Associação de Futebol de Beja, pertencendo aos quadros da Federação Portuguesa de Futebol, com a categoria C3, arbitrando jogos do Campeonato de Portugal