
Sexagenária presa por chefiar família de traficantes
Tony Dias/Global Imagens
A líder de um clã criminoso que traficava drogas foi condenada a 15 anos e meio de prisão pelo Tribunal de Coimbra. A mulher, de 61 anos, contava com a ajuda de dois filhos, uma filha, duas noras e um genro. Ao todo, 20 arguidos foram condenados a prisão efetiva, oito deles com mais de dez anos de prisão. Vários recorreram, mas o Supremo Tribunal de Justiça (STJ) manteve as penas.
O grupo funcionava como uma autêntica empresa familiar, hierarquizada e bem estruturada, que mensalmente lucrava milhares de euros. O clã contratava "correios de droga" que iam buscar heroína e cocaína a Lisboa e ao Porto. Depois, dividiam-na entre os descendentes e vendiam-na a consumidores. Alguns faziam-no a partir das próprias casas, mas também tinham "ajudantes" que iam vender na baixa de Coimbra.
Segundo o acórdão, a líder do clã, hoje com 61 anos, controlava as atividades de todos os elementos e intervinha em todas as fases do negócio: a angariação dos correios de droga, a marcação dos encontros, o pagamento a fornecedores, a receção das "encomendas" e até vendia diretamente aos consumidores a partir da sua própria casa.
A 4 de abril de 2018, inspetores da Polícia Judiciária realizaram várias buscas domiciliárias ao grupo e apreenderam drogas, dinheiro, armas e vários artigos relacionados com a venda de estupefacientes.
Vinte arguidos foram acusados e, em janeiro de 2020, foram condenados a penas de prisão entre seis e 15 anos e meio por associação criminosa e tráfico de drogas. A matriarca recebeu a sentença mais pesada: 15 anos e meio. Os dois filhos e a filha tiveram penas entre os 13 anos e meio e os nove anos e dez meses. Outros cinco arguidos foram condenados apenas acima dos dez anos de prisão.
As penas foram alvo de contestação e vários dos arguidos recorreram. Num dos recursos, consideravam-se vítimas de um "verdadeiro massacre" que se consubstanciou "em condenações a penas únicas a que corresponderam penais verdadeiramente estratosféricos". De nada lhes valeu. Tanto a Relação como, depois, o STJ, a 29 de setembro de 2021, negaram todos os recursos.
Cadastrada
Em 2005, a líder fora condenada a quatro anos e meio de prisão pelos crimes de tráfico de droga e detenção de arma proibida.
Arma e simulação
Em 2002, a mesma arguida foi condenada a 70 dias de multa por detenção de arma proibida. Em 2011, apanhou nove meses de prisão por simulação de crime.
