
Victor Hamilton tinha 63 anos
Um homem, suspeito de ter cometido um assassinato no ano passado na Irlanda do Norte, terá fugido para Portugal, revelou o Ministério Público Irlandês. Três outros suspeitos, dois deles portugueses, permanecem em prisão preventiva. Os assassinos pretendiam vingar-se de um assalto, mas ter-se-ão enganado no alvo e mataram um cidadão que nada tinha a ver com o crime.
O crime ocorreu a 26 de julho do ano passado. Victor Hamilton, 63 anos, foi esfaqueado mortalmente à porta de casa, em Ballymena, na Irlanda do Norte. Mário Menezes, 33 anos, Mamadu Saido Djaló, 29 anos e Michael Hanrahan, 41 anos, foram detidos poucos dias após o crime. Djaló ainda saltou de um primeiro andar e tentou fugir, mas foi localizado com a ajuda de cães polícias. Um quarto suspeito terá conseguido fugir e estará em Portugal, soube-se na semana passada.
A investigação policial apurou que a namorada de um dos suspeitos tinha contactado um vizinho da vítima por causa de um alegado assalto que sofrera. Ameaçara que, se os artigos roubados de sua casa não fossem devolvidos, o responsável "não iria andar por muito mais tempo". Segundo a polícia, Djaló e Mário estarão ligados à posse e venda ilícita de drogas controladas.
"Apanharam o tipo errado"
Segundo o MP, imagens de videovigilância, mostram que quatro homens a bordo de um Range Rover foram até ao local do crime. Victor foi atacado com uma facada nas costas que se revelaria fatal. Uma testemunha terá dito que um dos suspeitos lhe disse que estavam à procura do ladrão mas que "apanharam o tipo errado".
Djaló já admitiu que esteve no local para ir buscar umas roupas, mas garante que, quando regressou ao carro, Victor Hamilton estava vivo. Porém, exames revelaram a presença de sangue e de DNA da vítima no interior do carro de Djaló. A arma do crime não foi encontrada. Durante um outro interrogatório, Djaló terá revelado o nome de um quarto suspeito que, esse sim, teria esfaqueado a vítima.
Na semana passada, a defesa de Mário Menezes tinha pedido a sua libertação sob fiança. O advogado do português, que emigrou com a família para a Irlanda do Norte em 2004, garante que o seu cliente não teve qualquer envolvimento no crime e que nem sequer estava no local. Porém, o MP opôs-se alegando que ele poderia coagir testemunhas e interferir com a investigação.
Apanhado a pesquisar voos para Portugal
Além disso, a procuradora do MP referiu que um quarto suspeito "já voou para fora da jurisdição e foi para Portugal. A polícia está a tentar trazê-lo de volta". Stephanie Boyd revelou mesmo que no dia seguinte ao crime, Mário estava a pesquisar voos para Portugal. "Acreditamos que se estava a preparar para fugir", acrescentou a procuradora citada pela imprensa local.
O juiz manteve a prisão preventiva considerando que Mário podia fugir ou perturbar testemunhas. O magistrado confirmou ainda que a morte de Victor Hamilton parece ter sido "um ataque vingativo e premeditado na sequência de um roubo doméstico".
