Centenas de pessoas manifestaram-se este sábado no Largo do Intendente, em Lisboa, para reivindicar habitação acessível a todos e lutar contra a especulação imobiliária.
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A concentração, que se realiza também no Porto, quis chamar a atenção para "a crise habitacional" que se vive nas grandes cidades, disse à Lusa Rita Silva, da Associação Habita, um dos 49 grupos que convocaram o protesto.
O aumento dos preços das casas que estão no mercado para comprar e arrendar levam a que haja cada vez "mais pessoas que não conseguem encontrar um sítio para viver", sublinhou.
Os manifestantes alertaram também para os casos "dos jovens que não conseguem sair de casa dos seus pais", assim como aqueles que não conseguem arranjar um quarto a preços acessíveis para viver na cidade onde estudam, exemplificou Rita Silva.
"Registaram-se aumentos de 50, 60, 70% no mercado do arrendamento e de compra", lamentou.
"A habitação não pode ser um privilégio, a habitação é um direito" e "A casa a quem a habita" foram alguns dos 'slogans' que se ouviram e leram nos inúmeros cartazes dos manifestantes que exigem do Governo novas regras que regulem as rendas e que acabem com a especulação imobiliária.
Segundo Rita Silva, atualmente o problema da habitação não se limita ao centro da cidade e já chegou à periferia da capital, onde vivem famílias que estão a ser "despejadas de forma cruel e bárbara".
Entre os manifestantes havia moradores a queixarem-se de serem alvo de processos de expulsão, arrendatários a protestar contra as elevadas rendas e jovens a lamentar não conseguir encontrar uma casa que consigam pagar.
A manifestação partiu cerca das 16 horas do Largo do Intendente em direção à Ribeira das Naus.
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