O presidente da Câmara Municipal de Guimarães, Domingos Bragança, responsabiliza a falta de coordenação entre polícias pela onda de violência causada por um grupo de adeptos do Hadjuk Split, no Centro Histórico da cidade, na noite de terça-feira. O autarca diz que se deve ir até às últimas consequências no apuramento de responsabilidade e fala em "demissão".
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"Quem teve a responsabilidade de não prever este acontecimento deve ser responsabilizado, pode ir até à demissão", atira Domingos Bragança, em conferência de imprensa realizada esta quarta-feira de manhã. O autarca mostrou-se agastado com a falta de enquadramento policial dos elementos do clube croata que invadiram o largo da Oliveira, causando pânico entre as pessoas que naquela altura jantavam nas esplanadas.
"Uma horda de criminosos entra pela cidade dentro, instala o pânico e a polícia não atuou", queixa-se o presidente. Para o edil o grande prejuízo não foi material, foi para a imagem de tranquilidade e segurança da cidade. "A polícia tem que ser mais forte e quando não tem força, como mostra não ter, tem que pedir reforços", afirma.
PSP rejeita falhas
À mesma hora, também na Cidade Berço, a PSP realizava uma conferência de imprensa para esclarecer os desacatos. O comissário da PSP Vítor Silva esclareceu que a polícia agiu em reação às "denúncias" da população.
A polícia explica que seguiu os adeptos nas suas movimentações pela cidade e quando estes fugiram para os autocarros, foram barrados e identificados numa zona considerada segura. "Conseguimos abordar em força os cinco autocarros", afirmou, sublinhando que "todos os 154 identificados circulavam nos autocarros", inclusive 23 portugueses.
O comissário acrescentou que a identificação destes adeptos só foi possível, quando a PSP foi informada do sucedido e assegura que a polícia "não tinha falta de efetivos" quando dos distúrbios, dizendo ainda que as autoridades já tinham informado o município sobre a necessidade de retirar as esplanadas das ruas da cidade.
"É necessário deter"
Por sua vez, Domingos Bragança fala também para o Ministério Público e para a necessidade de deter os "energúmenos" para serem ouvidos por um juiz. "Deviam ser detidos durante todo o dia de hoje, para serem ouvidos no tribunal e para não poderem vir à cidade Guimarães e não poderem assistir ao encontro de futebol. Isto de só identificar os indivíduos dá ideia que o crime compensa, foi uma atuação branda."
Relativamente às medidas a tomar ao longo do dia de hoje, em que acontece o jogo entre o Vitória Sport Clube e o Hadjuk Split, às 17 horas, o presidente da Câmara também é muito crítico. "O comando de Braga não é suficiente é preciso pedir reforços e não me venham só com medidas de contenção. Retirar esplanadas... a cidade deve viver o seu quotidiano normal, sem afetar a sua atividade económica".