Expropriados pela Continental em Famalicão contestam valores em tribunal

Armazéns ficam no Centro de Negócios
Alexandra Lopes
Donos de armazéns no Centro de Negócios em Lousado, Vila Nova de Famalicão, querem que a empresa de pneus pague mais. Visada diz que está a cumprir a lei.
Os proprietários de dois armazéns do Centro de Negócios do Vale do Ave, em Lousado, Famalicão, - onde vai nascer o Parque Industrial da Continental Mabor - estão descontentes com o valor das expropriações de que estão a ser alvo.
A indústria de pneus vai ampliar a área de produção e armazenagem para aquele local, mas não conseguiu adquirir todas as frações. Por isso, avançou para a expropriação.
Carlos Figueiredo e Adelino Escudeiro estão a ser expropriados e consideram que o montante indemnizatório não é "justo" por ficar aquém do valor real. Vão contestar em tribunal.
O Centro de Negócios está devoluto há vários anos e a degradação é visível. Os dois proprietários reconhecem que algumas frações estão em ruína, mas consideram que não é o caso das suas propriedades. Adelino ainda usa o espaço que ali possui como armazém de apoio à sua oficina enquanto que o de Carlos está devoluto.
Segundo Carlos Figueiredo quando a Continental informou que ia avançar para a expropriação por utilidade pública propôs 16.067,36 euros. A expropriação foi publicada em abril de 2021 e o tribunal nomeou uma equipa para avaliar os espaços. Concluiu que 20.911,4 euros é a "justa indemnização" para o pavilhão de Carlos.
"Com 35 mil euros renovo o meu armazém e instalo ali a minha empresa", diz. Considera que a Continental deveria pagar o valor tributável nas finanças que é cerca de 75 mil euros ou arranjar-lhe um pavilhão "nas mesmas condições num raio de cinco quilómetros".
A Continental diz que fez tudo cumprindo a lei, escusando-se a fazer mais comentários uma vez que o processo está entregue à justiça.
