"Demora na criação de circuitos covid" terá infetado profissionais do Hospital de Amarante

Hospital S. Gonçalo
António Orlando/JN
Mais de 20 profissionais de saúde que trabalham no Hospital S. Gonçalo, unidade de Amarante do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) estão infetados com o novo coronavírus.
O contágio atingiu, sobretudo na ala de medicina interna, enfermeiros e auxiliares. Há também um médico contagiado, mas como o clínico trabalha intervaladamente nos dois hospitais do CHTS, não há certezas onde possa ter sido infetado.
Há versões contraditórias para explicar a expansão da pandemia no interior do hospital. Há quem atribua a propagação do vírus a alegados atrasos da criação de circuitos covid", de formação sobre a utilização dos equipamentos de proteção, e há quem refira que a formação foi dada atempadamente.
"O que faltou na ocasião foi material suficiente. Algo que já foi corrigido", garantiram outros profissionais. Também é apontada a deficiência de ventilação dos vestiários dos profissionais. "É um espaço muito pequeno, fechado, sem ventilação. Com o vapor dos banhos o contágio é extremamente fácil", garantiram ao JN.
A situação terá ficado fora de controlo quando começaram a chegar doentes do Hospital Padre Américo, a unidade de Penafiel, à ala limpa. Entre os doentes supostamente negativos, começaram a surgir casos de covid-19, que ali tiveram de permanecer por falta de espaço na área dedicada aos doentes infetados por covid-19. "Sem o isolamento dos positivos, o número de infetados continuou a aumentar".
Atualmente o Hospital de Amarante tem reservada a sua lotação a doentes covid-19. Dez camas estão por utilizar por falta de pessoal, apurou o JN.
Os doentes não covid de Amarante têm sido transferidos para outras unidades hospitalares, Fernando Pessoa, em Gondomar, Hospital Militar, no Porto e Boa Nova na Trofa.
O JN procurou, sem sucesso, obter explicações junto da administração do CHTS.
