
A terminar uma licenciatura no ISCAP, Rui diz que projeto visa a inclusão
Ivo Pereira/Global Imagens
Universitário de Ermesinde sofre de uma doença incapacitante e procura ajuda para criar empresa. Para além de dádivas financeiras, pode apoiar o projeto com ofertas materiais que se insiram no projeto.
Foi aos cinco anos que Rui Pedro Ribeiro teve os primeiros sintomas de distrofia muscular de Duchenne, doença genética rara e sem cura que lhe retirou a mobilidade e o deixou incapacitado. Atleta federado do F. C. Porto em boccia, está a um ano de terminar a licenciatura em contabilidade e administração no ISCAP do Politécnico do Porto, tendo a colaboração da mãe, Amélia, para se deslocar numa carrinha adaptada a cadeiras de rodas.
Apesar das limitações físicas, Rui, hoje com 26 anos, não perde a vontade de lutar por novas oportunidades. A viver em Ermesinde, Valongo, lançou uma campanha de recolha de donativos para cumprir um sonho (https://www.gofundme.com/f/aluguer-carrinha-adaptada-para-cadeira-d e-rodas): o de criar uma empresa de aluguer de uma carrinha adaptada para carregar cadeiras de rodas.
Diz que é o seu lado empreendedor que o impele a seguir esta missão, mas também aponta, como justificações, problemas que já enfrentou com a carrinha que a mãe conduz.
"Já avariou várias vezes, já bateram duas vezes por trás e tive de ficar vários dias em casa, perdendo aulas importantes na faculdade, por falta de possibilidades. Chamar um táxi adaptado, ou até mesmo os bombeiros, custa 80 euros. E são duas viagens com pouco mais de 10 quilómetros", refere Rui.
Apostado em promover a inclusão, facilitando a deslocação de quem tem mobilidade reduzida, o universitário pôs a decorrer uma campanha de crowdfunding para criar a empresa.
"Em Portugal há uma empresa que tem duas carrinhas adaptadas para alugar, mas sempre que precisei estavam ocupadas. Para além disso, o aluguer custa 135 euros por dia, o que acho um valor absurdamente alto. A minha empresa irá fazer um valor diário mais baixo, valor esse que não posso revelar para já", salienta Rui, na página de recolha de donativos.
Já fez as contas e concluiu serem necessários 25 580 euros para lançar a firma, tendo recolhido apenas 930 euros, verba muito aquém para realizar a vontade de ajudar quem, como ele, precisa de se deslocar. "Todos têm o direito de desfrutar da vida", considera, acrescentando que aceita também dádivas materiais que tenham a ver com o projeto.
Para além de dádivas financeiras, pode apoiar o projeto com ofertas materiais que se insiram no projeto. Rui Pedro tem fé que o seu sonho poderá ser concretizado porque acredita na inclusão e na solidariedade.
