
Concentração de trabalhadores à porta da empresa
Telmo Pinto / Global Imagens
A greve na CAMO, empresa de fabrico de autocarros, com instalações em Gaia, começou esta terça-feira. A paralisação acontecerá duas vezes por semana, durante fevereiro, enquanto não houver acordo para o aumento salarial.
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Junto à entrada das instalações da empresa CAMO, em Gaia, cerca de uma dezena de trabalhadores seguravam uma faixa, a pugnar "contra a discriminação salarial" e a reivindicar o "aumento" dos vencimentos.
Foi o início de uma luta, que vai durar pelo menos um mês, com paralisações de uma hora marcadas para todas as terças-feiras e quintas-feiras à tarde, em fevereiro.
"Estamos numa situação de impasse", adiantou Bruno Vieira, dirigente do Site-Norte e membro da Comissão Sindical da CAMO, acerca das negociações com a administração da empresa que se dedica ao fabrico de autocarros. O JN contactou a CAMO, mas não obteve resposta.
Relativamente à pretensão da melhoria dos salários, Bruno Vieira explicou que já estiveram em cima da mesa várias propostas, mas nenhuma conduziu ao entendimento entre as partes. Inicialmente, as entidades sindicais propuseram um "aumento de 50 euros por mês, que depois baixou para 40 euros mensais", mas que não avançou.
Segundo Bruno Vieira, a empresa contrapôs com uma melhoria salarial de 25 euros, num plano de seis anos, a começar por 20 euros. Não foi aceite e a última proposta, também de aumento gradual até aos 25 euros, mas num período mais curto, levou as negociações para um "impasse", por inexistência de acordo. Os períodos de greve duram entre as 15.30 horas e as 16.30 horas.
A paralisação tem ainda outro propósito, que tem a ver com uma "parcela que é paga à parte" do salário base. "Contrataram trabalhadores há 10 anos como segunda categoria, com a perspetiva de a curto prazo passarem para primeira. Contudo, a empresa não cumpriu. Confrontada pelos trabalhadores, deu uma compensação à parte do salário base para minimizar a situação", referiu o sindicalista, dizendo que os funcionários "saem prejudicados no valor das horas dos sábados e dos subsídios de Natal e de férias"
