Uma médica que estava de serviço no serviço de Urgência do Hospital de Gaia foi agredida, esta segunda-feira de madrugada, por uma utente. A agressora estava a fazer crochê e magoou a profissional de saúde com as agulhas.
Uma médica do serviço de urgência do Hospital de Gaia foi violentamente agredida na madrugada desta segunda-feira por uma paciente que contestou o tempo de espera que aguardava para ser atendida. A mulher tinha pulseira verde e não era um caso urgente. Estava a fazer crochê e chegou mesmo a espetar as agulhas na profissional de saúde.
A situação ocorreu pelas 4 horas da madrugada. "Essa pessoa foi triada com a cor verde que significa um caso pouco ou não urgente e estava sentada à espera da sua vez a fazer crochê. Por isso, quando uma pessoa está no serviço de urgência a fazer crochê, aparentemente não está num estado debilitado", explica Rui Guimarães, presidente do Conselho de Administração daquele hospital.
A mulher, com cerca de 50 anos, "farta de esperar" dirigiu-se a uma médica que passava e perguntou-lhe se iria demorar muito a ser atendida. A médica respondeu que estavam a ver casos mais prioritários e que por isso teria de aguardar. É então que a utente ataca violentamente a médica e outro médico que entretanto tentou afastá-la.
A profissional de saúde "foi deitada ao chão e agredida com tudo o que a mulher tinha à mão, até com as agulhas do crochê". A profissional de saúde foi "apanhada de surpresa" e, de acordo com Rui Guimarães, "está muito fragilizada".
O agente da PSP de serviço na unidade foi chamado ao local para registo da ocorrência e identificar a agressora. O caricato é que ela "foi identificada e minutos depois entrava de novo na urgência com queixas de ansiedade".
"Estamos perante um crime público, contra um funcionário público no exercício das suas funções e curiosamente no dia em há uma resolução na Assembleia da República, recomendando que haja medidas de prevenção e combate à violência contra os profissionais de saúde de trabalho", diz o presidente do Conselho de Administração.
Estas agressões são recorrentes e por isso para Rui Guimarães é importante que neste caso "haja uma punição exemplar" que sirva de efeito dissuasor. Há duas semanas um outro profissional de saúde foi agredido neste hospital por um utente.