Atravessamento do rio garantido há mais de um ano por pequenos barcos devido a problema em cais espanhol. Autarca português defende embarcação amiga do ambiente.
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O ferryboat Santa Rita de Cássia, que começou a operar no rio Minho em 1995, entre Caminha e A Guarda (Espanha), e está parado há mais de um ano, pode nunca mais regressar à atividade.
Com a pandemia e o fecho de fronteiras, foi forçado a parar, retomou as carreiras no verão de 2021, mas o cais galego ficou inoperacional e teve de encostar no fim de agosto do lado português. E ali permanece à espera que a entidade com competência, os Portos da Galiza, concretize as obras necessárias na margem espanhola. A ligação está a ser garantida por cinco pequenas embarcações privadas.
A substituição "a médio, longo prazo" por outra embarcação mais moderna, uma ponte ou até um túnel está a ser alvo de um estudo pelo Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial (AECT) Rio Minho, cujas conclusões devem ser conhecidas este outono.
Comunicação permanente
Enquanto isso, o vazio deixado pelo velho ferry nas duas vilas raianas é notório e os autarcas das duas margens do rio admitem que se pode estar a encerrar um ciclo.
"A previsão que temos da Portos da Galiza para a reparação do cais é o verão de 2023. A solução é, dentro de um ano, pôr o ferry a andar, mas a embarcação está velha e há que a renovar", afirma o autarca de A Guarda, António Baz, defendendo para o futuro "um transporte regular e estável". "Espero que seja possível uma solução de comunicação permanente. Entre uma ponte ou um túnel, creio que o túnel pode ser viável tecnicamente e tem menos impacto ambiental", acredita.
Rui Lages, presidente da Câmara de Caminha, lamenta a paralisação do ferry. "As ligações periódicas e regulares pelo rio Minho são fundamentais para os laços afetivos entre as duas populações, mas também têm um grande impacto na economia local", defende o autarca, imputando responsabilidades à Galiza. "Ao dia de hoje, a embarcação encontra-se apta a navegar, mal haja indicação do lado galego para voltar à atividade [após reparação do cais]".
Quanto ao futuro da travessia a decidir com base no estudo da AECT Rio Minho, em função do impacto económico, social, técnico e ambiental, Rui Lages defende "uma solução com uma embarcação moderna, amiga do ambiente e mais fiável".
