O presidente da Câmara de Santa Marta de Penaguião disse que as populações foram apanhadas de surpresa pelo encerramento da Linha do Corgo.
Francisco Ribeiro afirmou à Lusa estar preocupado com o encerramento temporário anunciado terça-feira, o qual disse que "foi inesperado".
O autarca socialista garantiu que vai estar "atento" e fazer "tudo" o que esteja ao seu alcance para garantir a reabertura "o mais brevemente possível" deste troço, que liga Régua, Santa Marta de Penaguião e Vila Real.
Até porque, frisou, o "comboio é o único transporte público que serve a população da freguesia de Alvações do Corgo".
Francisco Ribeiro lamentou que "não tenham sido feitas, ao longo dos anos, as obras de manutenção necessárias para evitar agora o encerramento".
Mas, acrescentou, "é preferível fechar agora do que, mais tarde, ocorra algum acidente".
O autarca não põe sequer a hipótese de que a linha possa não reabrir. "Está completamente fora de questão", sublinhou.
Maria José Carvalho, residente em Alvações do Corgo, anda de comboio desde os 11 anos, e esta manhã teve que apanhar o autocarro, que substituiu o comboio da Linha do Corgo.
A passageira disse à Lusa que nunca teve um acidente com o comboio e admitiu que tem "muito mais receio de andar de carro".
Ainda por cima, acrescentou, a estrada que liga Alvações do Corgo a Vila Real é "muito perigosa, tem muitas ravinas e ainda tem gelo em alguns sítios onde não bate o Sol".
O encerramento temporário da Linha Ferroviária do Corgo foi anunciado terça-feira à noite, e surgiu depois de uma inspecção que, segundo o governador civil de Vila Real, Alexandre Chaves, "detectou que o percurso não estava nas melhores condições de segurança".