CDU defende mais discussão de alterações na circulação no centro histórico de Sintra
As alterações da circulação automóvel no centro histórico de Sintra, a partir de 26 de março, com sentidos únicos na Volta do Duche e na Estrada de Monserrate, deviam ter sido "discutidas com a população", defendeu hoje a CDU.
Corpo do artigo
Segundo a coordenadora concelhia da CDU de Sintra, em comunicado, as alterações à circulação rodoviária previstas para o centro histórico "deveriam ter sido amplamente discutidas com a população, os eleitos locais, os moradores e os comerciantes", mas "a câmara preferiu meramente informar a população".
"A CDU espera que a câmara municipal proceda aos ajustes necessários e a melhorias que, por certo, as alterações que terão início a 26 de março exigirão", acrescentou a mesma nota, reiterando as suas propostas para melhorar a mobilidade ao centro histórico.
A autarquia aprovou, na reunião do executivo municipal de 13 de março, uma proposta que "vai condicionar o acesso rodoviário à vila histórica de Sintra", a partir das 22:00 de segunda-feira, sendo "alterados alguns sentidos de circulação e limitado o acesso a alguns arruamentos".
O tráfego passará, a partir de São Pedro, a fazer-se no sentido descendente, pela fonte da Sabuga para quem se dirigir para a Estrada da Pena, e pelo Palácio Valenças para quem quiser estacionar na Volta do Duche, que ficará apenas com um sentido, na direção da câmara.
Os veículos que descerem a Rua Marechal Saldanha (atualmente com sentido ascendente) podem seguir diretamente para a Estrada da Pena ou para a Rua Barbosa do Bocage, até junto da Quinta da Regaleira, também com sentido único para a Estrada de Monserrate.
Veículos autorizados, nomeadamente de moradores, poderão desviar junto à Quinta do Relógio, para o Caminho dos Castanhais, mas os restantes terão de seguir para Monserrate, até à Quinta da Piedade, tendo de percorrer mais de uma dezena de quilómetros para regressar à vila por Galamares.
Um grupo de moradores e comerciantes entregou, em junho de 2015, um abaixo-assinado contra alterações na circulação rodoviária na vila, argumentando que só após a construção de parques de estacionamento na periferia se devia equacionar a alteração ao trânsito.
A CDU, no comunicado, referiu que "defende há longos anos a reorganização definitiva da circulação rodoviária no centro histórico de Sintra e também a limitação de trânsito na vila".
"Tal é fundamental para a preservação do património natural e edificado nesta área e para a devolução da vila aos seus moradores", salientou a coligação, considerando que a "estrutura urbana não comporta a carga de visitantes", que em 2017 ultrapassou "mais de três milhões de turistas".
Para resolver o problema, a autarquia deve investir na "construção de parques de estacionamento de periferia", alargando o parque da Portela e criando outros junto ao quartel dos bombeiros de São Pedro e na Várzea de Sintra.
A criação de "carreiras regulares desde os parques de estacionamento para os principais monumentos", de "um bilhete que associe transporte público a visitas em museus" ou a "alteração do sentido do trânsito em vias duplas para vias únicas evitando a afluência ao centro da vila" são algumas propostas apontadas.
A renovação da estação de comboios da Portela, o reforço de carreiras rodoviárias e alargamento de horários e a recolocação da passagem pedonal entre o parque dos serviços de Urbanismo (Portela) e a Estefânia são também defendidas.
Para a CDU de Sintra, antes da aplicação do plano, "seria fundamental conhecer os contributos para a melhoria da proposta de várias entidades, nomeadamente dos bombeiros, Parque Natural de Sintra-Cascais, Associação Empresarial de Sintra e União de Freguesias de Sintra.
As alterações foram aprovadas, em reunião privada, pelos eleitos socialistas, com a ausência do vereador da CDU e votos contra da coligação PSD/CDS-PP/MPT/PPM.
"Estas alterações de trânsito, no âmbito da estratégia de mobilidade para o centro histórico da vila de Sintra, são alvo de debate e diálogo com entidades e setores da sociedade civil há cerca de dois anos", afirmou à Lusa uma fonte oficial da autarquia.
A mesma fonte acrescentou que "essa auscultação permitiu introduzir centenas de alterações e melhorias às propostas iniciais" e a câmara, caso se entenda necessário, "irá proceder aos ajustes" às alterações na circulação.