Os presidentes das câmaras da Frente Atlântica sublinharam hoje a cooperação entre si, durante a apresentação da terceira edição do festival Dias da Dança (DDD), que se realiza nos três concelhos, entre 26 de abril a 13 de maio.
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"Um projeto artisticamente desafiante que tem na sua base uma ampla rede de parceiros da região e que é orientado para uma diversificada e alargadíssima franja de públicos. Isto é impulsionado pelo município do Porto e concretizado com a enorme cumplicidade dos municípios de Matosinhos e Vila Nova de Gaia, ancorado na sólida estratégia territorial da Frente Atlântica", disse Rui Moreira, autarca do Porto, acompanhado em palco pelos seus homólogos Eduardo Vítor Rodrigues e Luísa Salgueiro, de Vila Nova de Gaia e Matosinhos, respetivamente.
O portuense afirmou este projeto tem um grande "significado pela colaboração entre três municípios que muitas vezes, no passado, viveram de costas voltadas uns para os outros", criando um "grande desentendimento por parte das populações que não percebiam as guerras de alecrim e manjerona".
"Como sabem, é uma coisa que a nós nos interessa muito e a toda a gente [a colaboração]. Cada vez mais há pessoas que trabalham num dos municípios, vivem no outro e jantam no terceiro, por isso entendemos que esta é uma melhor forma de como devemos gerir as nossas cidades, do que através dos grandes conflitos que podiam alimentar capas de jornais, mas que não traziam nada em termos de gestão de recursos", continuou.
Por seu lado, Luísa Salgueiro admitiu ser um "privilégio" estar naquela que foi a sua primeira conferência de imprensa da Frente Atlântica, acrescentando que "espera que se repita muitas vezes a possibilidade de mostrar o trabalho conjunto entre os três" municípios.
"Tenho honra em dar continuidade ao trabalho de Guilherme Pinto, que fez este caminho com o Rui [Moreira] e o Eduardo [Vítor Rodrigues] quer na área da cultura, como em áreas em que estamos a trabalhar com ambição em fazermos mais pelos nossos territórios, também em grande escala", apontou.
Segundo a autarca, é através de iniciativas como esta que se conseguem atingir objetivos que só se são esperados em eventos de outra magnitude.
"É também através da cultura que conseguimos fazer regeneração urbana, alterar hábitos e isso fica bem presente neste festival. Nós temos uma missão de poder intervir no nosso território das mais variadas formas e a cultura e, neste caso, a dança não podem deixar de ser prioritárias", referiu.
Já Eduardo Vítor Rodrigues aproveitou a sigla do festival para dividir a sua intervenção em três palavras iniciadas pela letra 'D', dedicação, desenvolvimento e discordância, sendo que o primeiro serve para "expressar o total compromisso da Câmara Municipal" de Vila Nova de Gaia num evento que "é sinal que a região trabalha em conjunto".
Na definição de desenvolvimento deixou elogios ao seu homólogo Rui Moreira, classificando-o como um "exemplo marcante de uma nova geração de políticas públicas de âmbito municipal, em que as questões financeiras não são contraditórias com a dinamização cultural", deixando críticas ao chumbo do Tribunal de Contas à Empresa Municipal de Cultura do Porto, na definição seguinte.
"Num tempo em que tanto se fala de descentralização e responsabilização dos poderes locais dos autarcas, nós temos que estar discordantes daqueles que a partir dos poderes instituídos, nomeadamente mais centrais, nos dizem que o modelo que desenhamos nas nossas cidades não é o correto. Estou convencido que ganharíamos todos mais pujança se hoje estivéssemos aqui a representar este festival, já com um visto do Tribunal de Contas à Empresa Municipal de Cultura do Porto", atirou.