Maria Augusta Casaca percorreu o país em busca de memórias das campanhas culturais e cívicas do pós-25 de Abril, numa reportagem da TSF premiada na 40.ª edição dos Prémios Gazeta, que também distinguiu carreiras e reportagens de referência.
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A TSF foi reconhecida na 40.ª edição dos Prémios Gazeta, que destacou reportagens e carreiras de excelência. O prémio de Rádio foi atribuído à reportagem "Abril passou por aqui", da autoria de Maria Augusta Casaca, com sonoplastia de André Tenente.
Percorrendo Portugal, Casaca reuniu memórias e testemunhos das campanhas de dinamização cultural e ação cívica promovidas pelos militares do Movimento das Forças Armadas entre outubro de 1974 e novembro de 1975. Estas iniciativas marcaram uma época, envolveram a população e ajudaram a transformar o país.
O Clube de Jornalistas anunciou os vencedores desta 40.ª edição, que contou com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa. Os galardões reconhecem trabalhos de excelência realizados em 2024, valorizando tanto carreiras consolidadas como reportagens de grande impacto social.
O Prémio Gazeta de Mérito foi entregue a Mário Zambujal, uma referência incontornável do jornalismo português. Iniciou a carreira nos anos 60 no jornal "A Bola" e passou por títulos como "Diário de Lisboa", "Record", "O Século", "Diário de Notícias", "Mundo Desportivo", "O Jornal" e "Se7e". Na RTP, destacou-se durante 20 anos como apresentador do programa "Grande Encontro". Zambujal foi ainda distinguido com a Ordem do Infante D. Henrique e a Medalha de Mérito Cultural da Câmara de Lisboa.
Olhar sobre o país e o mundo
Na categoria de Televisão, o documentário "Os Olhos da Revolução", de Jacinto Godinho e Carlos Oliveira, foi distinguido pelo trabalho de investigação sobre as primeiras imagens do 25 de Abril de 1974, captadas por equipas portuguesas e francesas, oferecendo um novo olhar sobre o golpe de Estado.
O prémio Gazeta de Imprensa foi atribuído à reportagem "Imigrantes - Os braços que nos alimentam", publicada na revista "Visão". Clara Teixeira, Joana Loureiro, Luísa Oliveira, Rui Antunes, Sara Rodrigues, Sónia Calheiros, Paulo M. Santos, João Amaral Santos e Filipe Fialho, acompanhados pelos fotógrafos Lucília Monteiro, Luís Barra e José Carlos Carvalho, mostraram o contributo dos imigrantes para a riqueza do país, em vários setores.
Em Multimédia, Joana Gorjão Henriques (investigação e texto), Joana Bourgard (edição multimédia) e José Carvalheiro (edição de imagem) foram premiados pelo trabalho "Anatomia de uma detenção pela PSP", publicado no "Público", que reconstrói detalhadamente a detenção de jovens após um protesto contra uma manifestação anti-imigração.
O prémio de Fotografia foi entregue a António Pedro Santos, da Agência Lusa, pelo conjunto de imagens "A esperança venceu na Síria", registando os acontecimentos após a deposição de Bashar al-Assad.
A Gazeta Revelação foi atribuída a Tatiana Felício, pela reportagem "O rio que nos une", transmitida na Antena 1, que retrata com sensibilidade a ligação histórica entre as vilas de Alcoutim e Sanlúcar del Guadiana, separadas pelo rio, mas unidas por uma história de pertença comum.
O Gazeta de Imprensa Regional foi para o "Diário do Alentejo", semanário de Beja fundado em 1932, reconhecido pelo olhar atento às mudanças sociais e às comunidades migrantes na região.
O júri desta edição contou com jornalistas, académicos e fotojornalistas, incluindo Eugénio Alves, Cesário Borga, Eva Henningsen, Fernanda Mestrinho, Elisabete Caramelo, Dina Soares, Joaquim Furtado, Fernando Cascais, Jorge Leitão Ramos, José Rebelo, Inácio Ludgero e Paulo Martins. Segundo o Clube de Jornalistas, os vencedores refletem a diversidade, a qualidade e o rigor que continuam a caracterizar o jornalismo português.