O Parlamento agendou para o início de janeiro as audições do Conselho de Administração do Global Media Group (GMG), do empresário Marco Galinha, do ex-diretor da TSF Domingos de Andrade e das direções demissionárias sobre a reestruturação do grupo, que prevê a saída de cerca de 200 trabalhadores.
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As audições foram marcadas esta sexta-feira depois de aprovadas, na quarta-feira, por unanimidade, pelos deputados da Comissão Parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, na sequência das audições de representantes dos trabalhadores do "Jornal de Notícias", "Diário de Notícias", TSF e "O Jogo", durante a semana. O Sindicato dos Jornalistas e a Entidade Reguladora da Comunicação (ERC) também foram ouvidos. Todas as audições aconteceram na sequência de iniciativas do PCP e do Bloco de Esquerda.
Também a pedido dos grupos parlamentares dos dois partidos da Esquerda, que entregaram os requerimentos na quarta-feira, as direções demissionárias do JN, TSF, O Jogo e "Dinheiro Vivo" vão ser ouvidas no dia 3 de janeiro, às 9 horas, bem como o ex-presidente da Comissão Executiva do GMG e atual presidente do Conselho de Administração do grupo, Marco Galinha. O ex-diretor da TSF Domingos de Andrade e o Conselho de Administração do grupo foram chamados para o dia 4 de janeiro, às 9 e 10 horas, respetivamente.
O ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, é ouvido no dia 10 sobre a reestruturação do grupo e a aquisição das duas participações na agência Lusa por parte do Estado. O PCP também tinha pedido a audição da ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho.
ERC garante atuar se persistirem dúvidas sobre titularidade do fundo
A ERC garantiu, na quinta-feira, que vai agir se subsistirem dúvidas sobre a titularidade do capital do fundo que detém o Global Media, a quem solicitou informações adicionais. "A ERC não hesitará em tomar novas diligências se subsistirem dúvidas relativamente à titularidade do capital do fundo [que detém a Global Media]", garantiu a recém-presidente do Conselho Regulador da ERC, Helena Sousa, ouvida na comissão parlamentar de Cultura, na quinta-feira.
No dia 6 de dezembro, em comunicado interno enviado no primeiro de dois dias de greve de trabalhadores do grupo, a Comissão Executiva da GMG, liderada por José Paulo Fafe, confirmou que iria negociar com caráter de urgência rescisões com 150 a 200 trabalhadores e avançar com uma reestruturação que disse ser necessária para evitar "a mais do que previsível falência do grupo".