Órgão representativo dos jornalistas do "Jornal de Notícias" em questões deontológicas e profissionais garante que não recebeu denúncias dando conta de qualquer tipo de pressão editorial.
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Reunido esta quinta-feira, na sequência de "acusações que saíram a público" hoje sobre a gestão atual da empresa, o Conselho de Redação do "Jornal de Notícias" divulgou uma nota em que "defende a integridade moral, ética e deontológica da redação" e "assegura que não recebeu qualquer denúncia ou participação de jornalistas a queixarem-se de algum tipo de pressão ou coação exercida por Domingos de Andrade ou de qualquer outro diretor".
Num segundo e último ponto, o Conselho de Redação expressa preocupação com as alegações levantadas esta quinta-feira, "curiosamente,
numa altura em que está para ser concluído um negócio fulcral para o futuro de três jornais diários, uma rádio de expressão nacional, um diário desportivo e várias revistas".
E sublinha que os órgãos estão "a recuperar ainda dos fortes impactos negativos causados pela anterior administração, que quis despedir 200 pessoas e tentou suspender todos os colaboradores externos de um dia para o outro - ações que levariam à perda de identidade e à degradação da qualidade do trabalho destes órgãos.
TSF repudia "insinuações" e alerta para falha "grave" com trabalhadores a recibos verdes
Também reunido esta quinta-feira, "face a notícias que revisitam insinuações que envolvem o nome da TSF", o Conselho de Redação da rádio emitiu um comunicado em que "recorda a posição (já assumida em maio de 2023) de vivo repúdio de acusações de alegado envolvimento da direção editorial (na altura sob a responsabilidade de Domingos Andrade) e da redação “em alegadas operações de promoção de imagem, sublinhando que o trabalho desenvolvido pelos profissionais da TSF é regido sempre pela ética e deontologia do jornalismo”.
"O CR não deixa de notar a coincidência entre estas informações agora repetidas e o momento em que se avizinha a concretização da venda de parte dos títulos do Global Media Group – entre os quais o Jornal de Notícias (JN), O Jogo e a TSF à empresa Notícias Ilimitadas. Tudo isto acontece num período em que as preocupações deveriam centrar-se na situação insustentável em que se encontram os colaboradores externos do Global Media Group", pode ler-se.
O Conselho de Redação da TSF considera ainda "verdadeiramente grave" a falta de pagamento a mais de uma centena de trabalhadores a recibo verde do grupo, que têm pagamentos de pelo menos dois meses em falta, "sendo que a Comissão Executiva do GMG não consegue definir quando será possível liquidar as verbas que se encontram em atraso".
Administração da Global Media repudia acusações
O Conselho de Administração (CA) da Global Media Group (GMG) repudiou, também esta quinta-feira, acusações relativas às "práticas de gestão" da empresa e ao administrador Domingos de Andrade.
Segundo comunicado da GMG, tratam-se de "acusações, ataques e insinuações já veiculadas no passado", numa altura em que o antigo administrador prestou declarações na Assembleia da República, "denunciando procedimentos de gestão duvidosa de administradores então em funções".
As acusações proferidas na altura, segundo realça a nota, "foram refutadas pelos restantes acionistas, à época minoritários, pelo próprio Domingos de Andrade e pelos conselhos de redação da TSF e do Jornal de Notícias".