A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) sublinhou, nesta sexta-feira, que está a acompanhar "com preocupação a situação do Grupo Global Media e as mais recentes notícias sobre a incerteza quanto às condições de trabalho dos seus profissionais".
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Num texto enviado às redações nesta sexta-feira, a entidade que supervisona a comunicação social em Portugal refere a séria apreensão com o "nível da preservação do pluralismo no sistema mediático nacional". A ERC continua ainda a aguardar "informação adicional relativamente ao cumprimento das obrigações de transparência da titularidade, de modo a esclarecer dúvidas relativas à propriedade e responsabilidade pelo controlo deste grupo de média".
O curto comunicado conclui com a garantia de que a "ERC está a prosseguir todas as medidas que entende serem úteis e adequadas, no exercício estrito das suas competências de regulação e supervisão". O ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, dirigiu ontem uma carta à Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), para averiguar “as consequências da crise deste grupo de comunicação social para o pluralismo da informação em Portugal, uma vez que tal grupo detém um conjunto de títulos fundamentais para assegurar a diversidade da oferta mediática, quer do ponto de vista da informação de proximidade, quer à escala nacional”
No mesmo comunicado em que revelou a questão feita à ERC sobre a grupo Global Media (GMG), o Governo tinha manifestado perplexidade com as dificuldades financeiras alegadas para o não pagamento dos salários de dezembro, lembrando a intenção de “investimento no jornalismo” do novo acionista, quando este entrou no grupo.
“Gera a maior das perplexidades que, após a entrada de um novo acionista num grupo económico – a qual foi acompanhada de declarações de investimento no jornalismo –, se tenha passado rapidamente para afirmações de sentido contrário, que culminaram, no dia de hoje, no anúncio de que os salários do mês de dezembro não serão pagos na data devida”, destacou o Ministério da Cultura, em comunicado.
A tutela sublinhou que “cabia aos investidores estarem informados sobre as circunstâncias financeiras do grupo em que decidiram investir, pelo que não é crível virem agora alegar desconhecimento”.
Esta sexta-feira, os acionistas Marco Galinha, Kevin Ho, José Pedro Soeiro e Mendes Ferreira da Global Media Group emitiram um comunicado a manifestar “grande preocupação” com os salários em atraso e a acusar o “World Opportunity Fund” do incumprimento de “obrigações relevantes”.