Ex-número 2 de Isabel dos Santos administrador de grupo dono do "Correio da Manhã"
Mário Leite da Silva, antigo homem-forte de Isabel dos Santos, é agora administrador da Livrefluxo S.A., empresa que detém uma parte do capital da Cofina, dona do "Correio da Manhã", CMTV, "Sábado" e "Record".
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Recorde-se que Mário Leite da Silva tinha-se queixado recentemente ao presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sobre o facto de ter as contas e o património arrestados há três anos em Portugal devido às investigações de que é alvo em Angola. Em carta, apelara à influência do chefe de Estado para mitigar os efeitos de uma investigação que, sublinha, tem motivações políticas.
Ainda segundo o Observador, o ex-número dois de Isabel dos Santos é arguido em Portugal e em Angola e tem contas e património arrestados. Entrou no fim de 2022 na administração, enquanto vogal, da sociedade que é detentora de cerca de 12% da Cofina e de que Domingos José Vieira de Matos é administrador e acionista maioritário. Além da presença na estrutura acionista da Cofina, a Livrefluxo tem também uma participação na Greenvolt.
Segundo escreve esta sexta-feira o jornal online "Observador", Mário Leite da Silva é arguido e tem património arrestado em Portugal. A sua entrada na administração de uma das empresas acionistas naquele grupo de média aconteceu em novembro.
Na missiva enviada a Marcelo, escrevia: "Quero acreditar que a intervenção de Vossa Excelência, como garante do regular funcionamento das instituições democráticas, permita que a situação em me encontro possa, finalmente, ter um desfecho célere e que a guerra de poder entre cidadãos de outro país deixe de ter consequências tão nefastas para a vida de cidadãos portugueses a quem está negado o acesso a princípios fundamentais de um Estado de Direito". Depois de receber a carta, o primeiro-ministro fez segui-la para apreciação da ministra da Justiça.
Mário Leite Silva foi presidente do Banco de Fomento de Angola e era um dos facilitadores portugueses dos negócios de Isabel dos Santos que envolvem esquemas financeiros suspeitos, revelados na investigação jornalística “Luanda Leaks”.