O site e as redes sociais do Jornal de Notícias sofrerão esta quinta-feira, dia 14 de março, perturbações no serviço informativo que presta aos seus leitores devido a uma greve de 24 horas, convocada pelos sindicatos dos Jornalistas. A greve terminará às 23.59 horas.
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A greve dos jornalistas está convocada para 14 de março, a segunda paralisação do setor em 40 anos (a última foi em 1982).
O Sindicato dos Jornalistas (SJ) agendou esta greve geral, a primeira em mais de 40 anos (a última foi em 1982), contra os baixos salários, precariedade e degradação das condições de trabalho do setor.
O dia da greve será marcado por uma concentração de jornalistas em Coimbra, pelas 9 horas, depois outra no Porto, na praça Humberto Delgado, pelas 12 horas, o mesmo acontecendo à mesma hora em Ponta Delgada.
Em Lisboa, a concentração terá lugar no Largo do Camões pelas 18 horas, em que também se faz um apelo à sociedade civil para estar presente.
O SJ convocou a paralisação em protesto contra a precariedade, mas também como "um grito de alerta" para apoiar o jornalismo antes que seja "tarde demais".
"Espero uma forte adesão porque na verdade a precariedade é muito mais alta que na generalidade dos outros setores, os salários são cada vez mais baixos, não temos progressões de carreira reiteradamente nos últimos 20 anos", afirmou o presidente do SJ, Luís Simões.
"Não fazemos greve há 40 anos, neste momento temos mais que do que motivos para o fazer porque na verdade o exercício do jornalismo degradou-se de uma forma incrível" neste tempo, prosseguiu, apontando que atualmente os salários "são mínimos e a exigência para os jornalistas é máximo".
Por isso, "temos todos os motivos para acreditar que vamos ter uma adesão muito forte à greve", sublinhou o presidente do SJ.
Esta paralisação não assenta apenas em exigências laborais, mas também há outro fator que leva os jornalistas a paralisarem na quinta-feira: "O jornalismo neste momento em Portugal não é de todo apoiado", enfatizou.
Num contexto em que na União Europeia procura apoiar o jornalismo, "Portugal é dos países da União em que 'per capita' [por pessoa] menos apoios há para a comunicação social", destacou.
Por isso, a greve é "também um grito de alerta para o poder político e para os decisores: ou se apoia agora o jornalismo livre e independente ou vai ser tarde demais".