O "Jornal de Notícias" é o jornal em que os portugueses mais confiam e também aquele que menos desconfiança gera, de acordo com o estudo "Reuters Digital News Report 2024", divulgado esta semana.
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O "Reuters Digital News Report 2024", que analisou 47 mercados de notícias, é o 13.º relatório anual do Instituto Reuters para o Estudo do Jornalismo e o 10.º a contar com informação sobre Portugal. Este ano, o JN encabeça a lista de jornais nacionais no que diz respeito à confiança dos leitores: subiu uma posição face ao ranking do ano passado e é hoje aquele em que um maior número de portugueses confia (77%).
No panorama geral dos órgãos de comunicação social, o JN surge em terceiro lugar, apenas atrás da RTP (79%) e da SIC (78%). Segue-se o Expresso (76%), a Rádio Comercial (75%), o Público (74%), a Rádio Renascença (73%) e a TSF (72%).
Também de acordo com o relatório, além de merecer o voto de confiança de 77% dos portugueses inquiridos, o JN é, simultaneamente, o órgão de comunicação do qual menos leitores desconfiam, com um registo de 7% de desconfiança, o valor mais baixo da lista, seguido pelo Expresso, Público, Rádio Comercial, RTP e SIC.
"A agência Lusa tem a confiança de 72% dos portugueses, sendo de destacar a particularidade do alcance da Lusa que, como agência noticiosa, não tende a chegar junto dos consumidores de forma direta, mas por intermédio da utilização da sua produção noticiosa por outras marcas de media", refere o estudo.
Relatório destaca crise no setor
Os "problemas enfrentados" pelo Global Media Group, proprietário do "Jornal de Notícias", da TSF, do "Diário de Notícias" e do jornal "O Jogo", constam do relatório do Instituto Reuters, que assinala as "sucessivas mudanças de gestão", "os salários pagos com atraso" e "o despedimento coletivo de trabalhadores anunciado" no início do ano, que contribuiu para fomentar o debate em torno das dificuldades do setor.
"Aqueles que trabalham na indústria expressam ativamente o descontentamento com a deterioração das condições de trabalho e a desvalorização geral do jornalismo", pode ler-se ainda no documento, que aponta para a realização do 5.º Congresso Nacional de Jornalistas, realizado em janeiro de 2024, e para a greve de jornalistas, a primeira em 40 anos, que afetou cerca de 50 organizações noticiosas, no dia 15 de março.