O diário venezuelano “El Nacional” foi proibido de divulgar imagens e informações sobre violência, na sequência de uma investigação contra a recente publicação, na capa do jornal, de uma fotografia de cadáveres de alegadas vítimas de insegurança pública amontoados numa morgue.
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O documento oficial de notificação foi divulgado pelo “El Nacional” e estabelece a proibição de publicar "imagens, informações e publicidade de qualquer tipo, com conteúdo de sangue, armas, mensagens de terror, agressão física, imagens que usem conteúdos de guerra e mensagens sobre mortos que possam alterar o bem-estar psicológico de meninos, meninas e adolescentes".
O mesmo documento anuncia que foi solicitada a aplicação de uma multa correspondente a dois por cento das receitas brutas do diário por violação da Lei Orgânica de Protecção de Meninos, Meninas e Adolescentes.
Segundo fontes não oficiais as mesmas medidas poderão ser aplicadas ao diário Tal Qual que na segunda-feira reproduziu a mesma fotografia questionando as autoridades sobre a origem do problema e a violência no país.
Hoje, terça-feira, vários jornais venezuelanos fizeram da insegurança tema de primeira página.
As autoridades venezuelanas anunciaram na sexta-feira uma investigação e a apresentação de queixa judicial contra a publicação, na capa do jornal El Nacional, de uma foto de cadáveres de alegadas vítimas da insegurança pública amontoados numa morgue.
A foto, que ocupava mais de meia página, vinha acompanhada do título "15 milhões de armas ilegais actualmente no país", adiantando que entre Janeiro e Junho último foram assassinadas na Venezuela 5186 pessoas, 72 por cento das quais com idades entre 15 e 29 anos. Destas, 63 por cento foram atingidas com mais de cinco tiros.
No texto que acompanhava a foto lia-se ainda: "Mortos sem dignidade. A morgue de Bello Monte (Caracas) recebeu nos primeiros seis meses deste ano 2177 corpos cuja causa de morte foi assassínio, 362 cada mês, 12 por dia e 1 em cada duas horas. Os cadáveres amontoam-se em abandono total".