Um grupo de jornalistas despedidos da Rádio Clube defenderam junto da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) alterações à Lei da Rádio para evitar o esvaziamento da área da informação nas rádios portuguesas. <p></p>
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O encontro com a ERC, realizado esta terça-feira, surgiu na âmbito de um conjunto de contactos que tem vindo a ser feito na sequência da "descontinuação" do Rádio Clube e do despedimento de colaboradores da estação.
O Rádio Clube Português, do grupo Media Capital Rádio, cessou as suas emissões regulares a 11 de Julho, tendo a empresa justificado o encerramento com o facto de ser um projeto "economicamente inviável", decisão que implicou o despedimento de 36 trabalhadores, dos quais 22 jornalistas.
A 21 de Julho os trabalhadores despedidos do Rádio Clube apresentaram um manifesto aos partidos políticos onde referem a "descontinuação questionável" da rádio, que motivou um despedimento coletivo que consideram "injusto" num "processo pouco transparente".
José Mendes, jornalista do Rádio Clube explicou à Lusa que estes contactos visam sensibilizar as várias entidades para a necessidade de a Lei da Rádio, em discussão na Assembleia da República, proteger os jornalistas de rádio, impedindo o esvaziamento da área da informação neste sector.
"As rádios estão a transformar-se em rádios de música e a informação esta a desaparecer com argumentos de que a crise obriga a poupar e que a actividade jornalística é mais cara do que a música", disse.
Segundo o jornalista, o processo actual do Rádio Clube, que irá mudar de nome para Star FM, é um pouco a consequência deste desaparecimento da informação pelo que alerta para a necessidade de haver uma defesa da programação informativa nas rádios portugueses.
Por outro lado, explicou, a reunião visou também sensibilizar a ERC para a necessidade de serem clarificados os conceitos de rádios temáticas e rádios generalista.
"Temos esperança de que a ERC possa contribuir para melhorar a Lei da Rádio", disse.