O acidente que provocou a morte do cantor Angélico Vieira tem um forte impacto imediato, sobretudo entre os mais jovens, mas não deverá ter um efeito pedagógico duradouro para a questão do cinto de segurança, defende um especialista.
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Rui Carreteiro, psicólogo e coordenador de uma pós-graduação em Psicologia do Tráfego, acredita que o acidente, por ter envolvido uma jovem figura pública popular entre os mais jovens, vai salientar a importância do uso do cinto de segurança.
"Mas regra geral, neste tipo de situações, o impacto é muito forte, mas pouco duradouro. Terá um forte impacto imediato, não só nos fãs como na população em geral. Mas infelizmente o efeito pedagógico não será o desejado a médio longo prazo", afirma o especialista em declarações à agência Lusa.
Para Rui Carreteiro, nos próximos dias as pessoas terão mais cuidado e atenção ao uso do cinto, mas essa consequência tenderá a desaparecer com o tempo, ao ritmo da memória, que é curta.
"Quando há uma multa por excesso de velocidade, nos dias seguintes é-se muito cumpridor, mas passado algum tempo tudo volta o mesmo", compara, acrescentando que o ser humano é "um eterno tentador de ultrapassar os limites que são impostos pela sociedade".
O cantor e actor Angélico Vieira morreu na terça-feira em consequência das "graves lesões provocadas pelo acidente de viação de que foi vítima" no passado sábado.
O único ocupante que não foi projectado era um jovem que seguia ao lado do condutor, o único que seguia com cinto de segurança e que teve apenas ferimentos ligeiros.
Atrás seguiam outro homem, que foi projectado e atropelado depois mortalmente, e uma jovem, que sofreu ferimentos graves e está internada na Unidade de Cuidados Intensivos do hospital Santo António.