Nos 136 anos do “Jornal de Notícias”, não se cantam só os “Parabéns”. Tema com dedo de José Cid é novo símbolo do JN e celebra a marca de proximidade a pessoas e territórios. O hino é apresentado este domingo, pelas 17.30 horas, na Casa da Música, no Porto, durante a conferência que assinala o aniversário.
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Por ter crescido habituado a ver o “Jornal de Notícias” em cima das mesas do restaurante dos pais, a passar de mão em mão, o produtor de espetáculos Jorge Costa sempre olhou para o JN como o “jornal do povo”. “Dos poucos que há, é o que mais se aproxima da comunidade. É um jornal que é quase património nacional”, descreveu ao JN, de quem recebeu há algumas semanas, “todo contente”, o convite para escrever uma letra que servisse de base para um hino. Resgatando uma ideia que já havia sido concretizada há várias décadas, mas que a falta de registo fez esquecer, eis que nasce o novo Hino JN, pronto para ser trauteado a partir de hoje - a apresentação está marcada para as 17.40 horas, na cerimónia de celebração dos 136 anos deste jornal, que tem lugar na Casa da Música, no Porto.
“A palavra-chave era a história do JN”, adiantou, falando do processo que foi escrever uma letra para um jornal centenário que “sai do Porto para o mundo” e que tem na proximidade das pessoas e territórios uma das principais marcas da sua identidade. Jorge estudou o passado do “Jornal de Notícias”e informou-se acerca do seu papel na cidade, na região e no país. Depois, pôs essa história no papel e a dupla José Cid e Paulo Praça trataram de lhe dar musicalidade.
"Numa tarde e numa noite gravámos o hino"
“O meu amigo Jorge Costa trouxe a parte poética do hino quase toda concluída. E, depois, tanto eu como o Paulo Praça demos um jeitinho às palavras para serem mais cantáveis. A partir daí, começámos os dois na construção da parte musical”, contou Cid ao JN. “O Paulo Praça trabalhou mais na introdução e eu trabalhei mais no refrão e depois cantámos os dois. Foi tudo muito simples. Começámos a perceber que as coisas estavam a correr bem e numa tarde e numa noite gravámos os dois.”
Paulo Praça, cantautor e instrumentista de Vila do Conde, tocou as guitarras e o contrabaixo. José Cid, mestre do piano, que conhece ao pormenor desde pequeno, quando no Ribatejo lhe chamavam “menino prodígio”, tocou a parte das teclas. “Depois, programei a parte rítmica e fez-se o hino. Assim que fizemos a melodia e imaginámos ritmicamente como é que deveria ser tratado o hino, começámos a meter instrumentos e as vozes”, detalhou.
A musicalidade, que remete para um ambiente muito popular e dinâmico, surgiu da inspiração da dupla tendo por base a letra. “Aquilo que o poema nos sugeriu foi aquilo que nos levou a avançar. E acho que se conseguiu qualquer coisa bem interessante. No fundo, a canção é a constatação da utilidade nacional pública de um jornal que tem qualidade e que respeita os artistas e que cria ligação com os artistas. Não diria que seja um jornal do Norte, porque é um jornal nacional, mas é um jornal mais abrangente a partir do Mondego para cima”, disse ao JN.