Chamo-me Filipa Pinto Ribeiro, sou de Braga, sou arquitecta e trabalho há pouco mais de um ano no Rio de Janeiro. Decidi trabalhar no Brasil, depois de aqui ter feito um intercâmbio, aquando da Faculdade, e aqui ter deixado o coração.
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Uni-me assim ao meu namorado, que é brasileiro, e parti em busca de outras oportunidades, que o nosso país actualmente não pode oferecer. Quando acabei o curso tive dificuldade em arranjar estágio remunerado e quando finalmente o consegui, apenas recebi subsídio de transporte e alimentação.
Apercebi-me então, à medida que enveredava pelo mercado de trabalho, que o cenário se estava se a transformar dramaticamente, com dificuldades para todos no mercado de emprego.
Infelizmente, Portugal envolveu-se numa situação desesperançada, diminuiu salários, aumentou o défice e aumentou os impostos.
Sendo jovem, sou ambiciosa na luta pelo meu futuro, lamentando ver, ainda que de longe, que no nosso país o futuro próximo não é promissor.
Não é fácil abandonar uma vida construída, suportar a saudade e viver longe da família. Há carências que não podem ser preenchidas, mas o medo de ficar sem trabalhar vence os domingos de nostalgia. Conformo-me por isso, para já, em viver longe da minha casa. Pergunto-me: até quando?