O presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social, Azeredo Lopes, disse hoje, quinta-feira, que o conselheiro da entidade, Luís Gonçalves da Silva, tinha conhecimento sobre a decisão de arquivamento do processo que opõe Mário Crespo ao JN, afirmando estar "estupefacto" com as suas declarações.
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"Confesso que não me surpreendeu, embora me deixe estupefacto", disse à Lusa Azeredo Lopes, depois de Luís Gonçalves da Silva, membro do Conselho Regulador da ERC, ter considerado "abusivo" que a decisão de arquivamento deste processo fosse anunciada como tendo sido tomada por unanimidade, já que não participou na reunião, nem concorda com a decisão.
O presidente da ERC garantiu que "a decisão foi tomada por unanimidade das pessoas que estavam presentes", reforçando que o arquivamento do processo foi aprovado unanimemente.
"Não posso ser responsável pelo facto de o senhor conselheiro não ter participado na reunião", sublinhou Azeredo Lopes, realçando que Gonçalves da Silva participou na reunião anterior daquele órgão da ERC, "não tendo apresentado os argumentos que agora apresenta".
"Não argumentou em nada quanto ao sentido da decisão que estava a ser preparada. Foi tudo preparado na reunião de há uma semana, que contou com a presença do conselheiro. A versão final circulou por e-mail e todos os conselheiros deram o seu contributo para a mesma, com excepção de Gonçalves da Silva", revelou.
Por isso, Azeredo Lopes diz "lamentar" que Gonçalves da Silva "não tenha dado as razões e argumentos que agora apresentou” publicamente na reunião em que participou.
“Não estive presente”
"Vou limitar-me a dizer duas coisas: Não estive presente e não acompanho o sentido da decisão. Não vou entrar em mais polémicas", disse à Lusa Gonçalves da Silva.
Em causa está o comunicado emitido na quarta-feira pela ERC que dá conta da decisão de arquivar o processo referente à queixa apresentada pelo jornalista Mário Crespo, devido à não publicação de uma crónica sua no Jornal de Notícias, em Fevereiro deste ano.
"Eu não estive presente. Por isso, apenas por uma questão de rigor e transparência, porque me parece excessivo", a ERC deveria ter dito que a decisão foi tomada "por unanimidade dos membros presentes", explicou Luís Gonçalves da Silva, reforçando que "dar a ideia de que estiveram todos presentes parece um bocadinho abusivo".