Revista Caras não chega esta quarta-feira às bancas. Visão chega amanhã com menos páginas
A revista Caras não chegou esta quarta-feira às bancas e é o primeiro título da Trust in News (TiN) a repercutir os efeitos da greve dos trabalhadores iniciada na semana passada, disse hoje o Sindicato dos Jornalistas (SJ).
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De acordo com o SJ, a uma semana de ter de pagar os salários de junho, a administração ainda não transferiu 75% dos vencimentos de maio, para além de ter em dívida subsídios de refeição e de férias.
O SJ afirmou ainda que a TiN tem exigido um esforço injusto às redações, que há um ano e meio tentam manter vivas várias revistas, apesar da “sangria contínua de profissionais e da instabilidade financeira a que tem sido votado quem fica”, no decurso de um longo processo de insolvência.
A revista Caras vai sair para as bancas na quinta-feira, um dia depois do previsto, e com menos páginas do que o habitual, tendo em conta a falta de jornalistas na redação, avançou uma fonte da empresa à Lusa. O Jornal de Letras e Visão deverão chegar às bancas nos dias habituais.
Visão chega às bancas com menos páginas
A revista Visão vai chegar às bancas, esta quinta-feira, com menos páginas e com uma organização diferente da habitual devido à greve dos trabalhadores.
“À direção da Visão apenas restavam duas alternativas. Uma era a de se demitir e, dessa forma, impedir na prática a saída desta edição. A outra era a de se manter em funções e adaptar o planeamento da revista à nova realidade, fazendo uma edição com menos páginas e uma organização diferente da habitual”, lê-se no editorial da revista, a que a Lusa teve acesso.
De acordo com o texto, assinado por Rui Tavares Guedes (diretor), Filipe Luís e Alexandra Correia (subdiretores), a escolha recaiu sob a segunda opção para tentar salvar a revista do seu “encerramento imediato” devido à falta de receitas da venda em banca.
Esta edição da revista foi exclusivamente feita pelos profissionais que “em total liberdade decidiram aparecer”.
A direção sublinhou que a Visão é independente do poder político, económico e de quaisquer grupos de pressão, garantindo que o seu compromisso é para com os leitores e assinantes.
“É por eles que queremos continuar a trabalhar e a perseguir a nossa missão de um jornalismo de qualidade, isento e rigoroso. Sabemos que isso só é possível com uma redação empenhada, competente e experiente como a da Visão – que precisa de ser paga, justamente, a tempo e horas”, assinalou.
Para além da Caras, a Trust in News tem 16 títulos incluindo a Visão, a Activa e a Exame.
As redações em greve exigem um plano realista para a sustentabilidade da TiN, e a injeção de capital pelo sócio único Luís Delgado para a estabilização das contas.
No plenário de 30 de maio, quando decidiram avançar para esta greve, os trabalhadores "tinham manifestado já a sua indignação por apenas terem recebido 80% do salário de abril, em três prestações, encontrando-se os restantes 20% por pagar, assim como o salário de maio, o respetivo subsídio de refeição e alguns subsídios de férias".
Fundada em 2017, a Trust in News é detentora de 16 órgãos de comunicação social, em papel e plataformas digitais.