O presidente da RTP, Guilherme Costa, confirmou, esta segunda-feira, que a empresa vai avançar até meados de Novembro com um novo plano de rescisões voluntárias e que tem provisões suficientes para rescindir com 300 trabalhadores.
Corpo do artigo
Durante a conferência de imprensa de apresentação do plano de sustentabilidade económica e financeira, hoje aprovado pelo Governo, o presidente da RTP afirmou que há disponibilidade para aceitar uma nova vaga de saídas voluntárias da estação pública de televisão, para a qual existem verbas disponíveis para 300 trabalhadores.
"Não há redução de custos desta natureza sem redução de efectivos", salientou Guilherme Costa.
Até 2009, a RTP registou uma redução de cerca de 200 trabalhadores, ao abrigo do plano de apoio às saídas voluntárias.
"Lançaremos brevemente, até meados de Novembro" um novo programa, avançou o presidente do grupo de media estatal.
"Temos previsto no nosso plano financeiro provisões que permitirão" rescindir com até "300 trabalhadores", disse o presidente da RTP, adiantando que este número é um "tecto".
Questionado pelos jornalistas sobre qual é o valor das provisões, o responsável disse que este é superior a "30 milhões de euros" e inclui não só o montante para as rescisões voluntárias com os trabalhadores, como também a "não presença da RTP na Euronews" como outras rescisões de serviços.
Guilherme Costa acrescentou que o plano prevê ainda a mobilidade e a requalificação dos trabalhadores, tendo em conta a nova empresa de meios (que inclui a produção e distribuição) que virá a ser criada, entre outras reestruturações que estão previstas.
Sobre a alienação de um dos canais da estação pública, Guilherme Costa afirmou que esta vai gerar "uma poupança de 40 milhões de euros".
O plano de sustentabilidade económica e financeira da RTP prevê ainda a autonomização de todas as actividades de produção e distribuição de conteúdos, que passarão a ser integradas numa única empresa.
De acordo com o presidente da RTP, Guilherme Costa, estas áreas irão funcionar "numa empresa autónoma, com capital da RTP" e de outros accionistas, entre os quais estarão os proprietários do novo canal a alienar.
Com a aplicação do plano, existirá uma redução de metade do valor que o Estado transfere para a televisão pública, para 150 milhões de euros por ano
"Com o que se pretende agora [com a aplicação do plano de sustentabilidade], é obrigação da RTP dar lucro todos os anos e receber 150 milhões de euros" de apoio estatal, disse Guilherme Costa.